Quarto do Axl

Assenti com a cabeça.
-Sim, já telefonei ao Bryan - encolhi os ombros - ele diz que vai tentar arranjar alguma coisa mais forte.. mas eu não sei se quero.

Suspirei nervosamente, sentindo o meu corpo a começar a tremer levemente. - Achas que ... vai acontecer alguma coisa? - engoli novamente a seco. Que pergunta idiota, é claro que sim, mais comprimidos só vão fazer merda e menos só vão fazer a sua cabeça ficar pior. pensei, mas realmente não tinha mais nada a dizer. Até o percebia, mas era um caso de vida ou de morte.

Encolhi os ombros passando a mão pela testa - Acho que sim, quer tome, quer não tome. - suspirei - Eu não sei se quero Amanda, ajuda-me - agarrei-lhe na mão suplicando-lhe ajuda.

-Tem calma, vai tudo ficar bem... - acalmei-o agarrando na mão, apesar de eu própria duvidar do que estava a dizer. - Não sei Axl. Se não tomares, vais piorar e piorar e vais começar a dar murros na parede novamente até... até pensares que alguém te quer matar... e matares-te... ou... - abanei a cabeça e fechando os olhos, tentando não imaginar aquele cenário - Mas se tomares, se tomares, vais ficar toxicodependente novamente e vais acabar por arranjar uma maneira de fugires de ti mesmo e voltares à tua vida... à tua vida anterior... - gaguejei e ao arrepiar-me naqueles pensamentos encostei a minha cabeça sobre o seu peito, enrolando-o com os meus braços.

Abracei-a quando ela fez o mesmo e encostei a minha cabeça ao seu ombro como se aquilo me conseguisse fazer desaparecer. - Prefiro toma-los. - disse lembrando-me do meu pai - Não quero acabar como ele. - Afastei-me. - Tenho que falar com o Bryan.

Assenti com a cabeça e levantei-me, suspirando. - Vou beber um copo de água. - avisei e virei costas, caminhando para fora do quarto sentindo tonturas ao pensar naquela notícia.Desci as escadas, lentamente, e foi aí que ouvi um estrondo, acompanhado de um grito meu que nem dei por mim a dar. Quando me apercebi, estava no fundo das escadas e com uma dor de cabeça ainda mais violenta que a de há pouco. Tentei levantar-me, mas as dores eram demasiadas.

Quando ela foi embora entrei mais na cama sentando-me agarrado aos meus joelhos e tapei os olhos quando voltei a ver coisas, era só quando ela desaparecia. Ouvi um estrondo e arregalei os olhos. Levantei-me de rompante e quando a vi estava no chão deitada no chão das escadas. Pestanejei durante algum tempo e passei as mãos pelos olhos, para ver se não era apenas uma visão marada. - Amanda - desci ao perceber que era mesmo ela que estava ali. Peguei nela e vi o corte dela voltar a abrir.. - Anda, vamos para o hospital - peguei nela e levei-a para o hospital, no meu carro.