Hospital

Ataquei os seus lábios e em seguida sorri. - Sinto-me bem - disse perdendo-me nos olhos azuis dele.Eram azuis, voltei a sorri porque vi-o finalmente as suas cores.
Abracei-o com alguma forma e deixei-me estar assim.

-Sentes? - Perguntei sorrindo e carregando no botão que chamava a enfermeira. Dei-lhe um beijo e sorri. - Apanhei cá um susto Mad - desabafei voltando a beija-la e só parando quando a enfermeira quase que me arrancou dela visto que queria ver como ela estava.

-Sim - sorri e mal colei os meus lábios nos dele empurraram-nos.
-Então como se sente-? -perguntou olhando para mim e examinando-a, mas nem me deixou acabar - Bem, parabens. Pois a conseguimos remover tudo e encontra-se estável. Mas tenha cuidado, nao pode fumar nem beber alcool durante algum tempo.-ela sorriu e saiu. Fiquei sem reacção durante muito tempo.

Sorri apertando a sua mão e abanando-a ligeiramente.
-Ainda estás bem? - Perguntei com um sorriso de orelha a orelha.

-Estou - soltei uma gargalhada.

Ri-me pegando nas duas mãos e olhei-a nos olhos.
-Tu estás bem Mad. - Sorri - e não é só nestes próximos meses - frisei - vai ser sempre.

-Eu sei -sorri-só faltas tu- disse-lhe e levantei-me trancando a porta para ninguém entrar. Tirei a bata horrorosa do hospital ficando so de roupa interior e vesti a minha roupa lentamente.

-O que é que pensas que estás a fazer? - Perguntei tentando não parecer divertido - Nem penses, ficas cá hoje. Precisas de cuidados. - resmunguei fazendo-a deitar-se novamente.

-Estou-me a vestir porque não gosto da roupa no hospital.-inventei á ultima da hora e depois sorri de forma angelical. Abri uma gaveta ao acaso vendo montes de comprimidos de todos os tipo e feitios. É o teu dia de sorte, Thomas.-disse tirando os seus comprimidos que estavam naquela caixa. Dei-lhos para a mão e fechei a gaveta.
Cheguei um dos dois cadeirões para ao pé da janela e pedi para ele se sentar lá, mal ele se sentou sentei-me eu em cima dele e olhei lá para fora, a chuva continuava a cair. Puxei os braços dele para ele me abraçar e dei-lhe um beijo, em seguida encostei a minha nuca ao seu ombro e deixei-me estar a ver a chuva na companhia dele. - Ainda me achas antipática? - perguntei soltando uma gargalhada lembrando-me do primeiro momento em que o vi, em que o seu cheiro invadiu a casa e me invadiu a mim. De repente veio-me um flashback de tudo o que tinha acontecido entre nós...este rapaz era demasiado especial para o perder e eu agora tinha a certeza que o queria comigo por muito tempo. Olhei-o nos olhos e beijei-o calmamente sentindo aquele arrepio constante que ele provocava sempre que tocava em mim. Queria poder-lhe dizer tudo isso que batalho, mesmo agora, com a minha mente. Mas simplesmente tenho medo que ele não sinta o mesmo e se afaste. -Quem era a Lyanna? -perguntei de forma séria a olhar para ele - Não gostei da maneira como se estava a atirar a ti.-resmunguei e encostei a minha cabeça ao seu peito.
Passado um bocadinho liguei a televisão vendo o meu pai e o dele a apertarem a mão - What the hell? - comentei espantada, comecei a ler o que estava no rodapé, mas a jornalista começou a falar, antes de eu sequer puder pensar em ler alguma coisa. - Sanders e Paterson assinam um contracto que com os devidos efeitos é a prova que precisávamos para comprovar que ambos estão envolvidos num projecto de solidariedade. - mal ouvi isso soltei uma gargalhada, ele era esperto. - o meu pai odeia caridade... - comentei rindo-me. Era porque assim ganhava novamente as eleições, e as pessoas ficavam contentes. -Wait, isso...quer...dizer, que os nossos pais se conhecem?- olhei para ele ainda com uma expressão aparvalhada do que se estava a passar.

Agarrei nos comprimidos e vi que a caixa ia a meio. Pelo menos ia dar-me mais tempo visto que os meus já tinham acabado. Tomei-os sem água e pela primeira vez não fiz nenhuma careta.
Sentei-me onde Mad me pediu para sentar e abracei-a. - Não, acho-te perfeita. - Sorri e ri-me com os seus ciúmes pela Lianna - Nós conhecemo-nos desde as barrigas das nossas mães magricelas ciumenta. E ela tem um probleminhas de ego, mas eu gosto dela. - Sorri - como amiga. - completei. Ela ligou a televisão e a figura do meu pai a aparecer na televisão mais a reacção de Mad obtiveram a minha atenção. Projecto de solidariedade. Ri-me que nem um perdido e senti uma dor de barriga enorme. - Oh meu deus, isto anda tudo louco. Até parece que o meu pai vai nisto - ri-me - parece que sim Mad. Parece que sim.

-É como amiga é! - cruzei os braços fazendo uma expressão amuada- Anda aí qualquer coisa, o meu pai nunca ajudou nem um mendigo quanto mais fazer isto...- suspirei.
-Se quiseres ir para casa vai, isto não é lá muito confortável -sorri para ele dei-lhe um beijo suave nos lábios.

-Só como amigos - frizei novamente e dei-lhe um beijo rápido - Só vou para casa quando tu estiveres muito muito bem e comigo. Aliás, eu estou muito confortável aqui - disse fazendo um sorriso maroto e beijando-a.

-Ainda bem, digo-te que odiava ter de ficar aqui com os enfermeiros sexys. -soltei uma gargalhada enterrando a minha cabeça no seu peito.
Dei-lhe novamente um beijo mas desta vez de forma mais lentamente de forma a apreciar o momento.

Afastei-a por dois segundos.
-Enfermeiros sexys? Desculpa? Eu cá só vi duas enfermeiras jeitosíssimas - sorri - mas uma paciente super... - mordi-lhe o lábio - super linda.

-Pois enfermeiros há aqui uns mesmo rawr - gozei com ele rindo-me- A velhota do quarto ao lado?-mal ele me trincou o lábio, fiz-lhe lhe o mesmo mas puxei-o suavemente para mim beijando-lhe.

-Se achas que ela é melhor que tu, porque não? - Brinquei ouvindo passos pesados em direcção ao nosso quarto. - Temos visitas - disse mal abriram a porta e a fecharam de repente.
-Há um sinal ao lado da porta que diz: Do not disturb - disse a voz de uma enfermeira.

-Sim, descanse não nao vamos perturbar ninguem. -ela assentiu e saiu do quarto, comecei-me a rir de forma descontrolada pois a maneira como a senhora olhava para nós era de quem nunca tinha feito sexo, ou de quem fosse muito mal comportada.

Ri-me beijando Mad.
-Não sejas má com as pessoas que decidem não... que recusam ter prazer - disse muito educadamente e rindo-me de seguida. Depois lembrei-me de algo. - Mad? Aquilo... dos nossos pais apertarem a mão... - Arregalei os olhos - O meu pai está cá? Ou o teu pai está lá?

-Ele...está cá.-olhei lá para fora sem dar muita importância ao que ele estava a dizer, estava mais concentrada na chuva que batia de uma forma violenta no vidro.

Isto não vai ser bom, anda bom. Pensei para mim e levantei-me com Mad ao colo sentindo o meu telemóvel vibrar. Coloquei-a na cama como se fosse uma bebé peguei no telemóvel vendo uma mensagem do meu médico a dizer o que a minha mãe tinha feito e outro do meu pai a dizer para ir ter com ele, ao qual respondi que não ia, tinha mais coisas para fazer.

A minha curiosidade sobre a amizade súbita entre os nossos progenitores aumentava a cada instante. Bateu á porta uma enfermeira, para me dar um ramo de rosas vermelhas, como o Thomas esteve sempre cá não devia ter sido ele. Mal as rosas foram parar ás minhas mãos tirei de lá um cartãozinho que dizia :Lamento o sucedido. Jonathan.. Fiquei sem reacção, até começar a perceber porque raio me tinha mandado um ramo de rosas, se.. se...nem amigos, no momento , éramos. Escondi o cartão por entre as rosas pousei-as no chão dando nenhuma importância a elas.

Olhei para as rosas e peguei nelas tirando uma e começando a brincar com ela.
-De quem são? - Perguntei desconfiado e tentando conter-me para não começar a fazer perguntas idiotas.

-São de um idiota.-disse , mais um vez, de forma impulsiva. -E tu ouve- coloquei as minhas mãos na sua cara - não é preciso ficares com ciumes, porque já estou a ver a tua cara de amuado - puxei-o para mim beijando-o de forma rápida.

-Eu não estou com cara de amuado! - Sorri dando-lhe outro beijo - mas não me queres contar quem é o idiota? - Perguntei curioso. Se era idiota era porque lhe tinha feito algo, se lhe fez algo eu era capaz de o matar.

-Estás sim. -sorri e soltei uma gargalhada.Mal se ouviu um trovão abracei-me a ele - Oh gosh, não podemos ir embora deste hospital?-pedi-lhe fazendo beicinho.