Sala de Estar

-Eu percebo - disse dando-lhe um no pescoço e sorrindo - Eu não sei se quero ser pai - admiti baixinho e fazendo uma careta. - eu vejo crianças a sofrerem por uma queda, por uma brincadeira que correu mal, vejo crianças deficientes e vejo as minhas irmãs - suspirei - Ter um filho é uma coisa que me deixa com medo.

-Não me deves nada Brayce - sorri olhando-a nos olhos e beijando-a mesmo com a Rocky ao nosso meio. Desci os meus beijos até ao seu ombro e afastei-me deitando a cabeça no sofá, com uma dor de cabeça que não se podia.
Rocky não sejas chata - pedi rindo-me e dando-lhe um beijo na cabeça peluda. Ela saiu e foi para a rua.
Nesse momento Mary entrou na sala a correr e caiu a meio. Suspirei e levantei-me vendo os seus joelhos, ela foi fazendo um beicinho querido e sentei-me no sofá com ela ao colo.
-Oh Mary, já te avisei para não correres. -suspirei e ela fungou com as lágrimas gordas a sairem.
-Onde dói? - Perguntei e ela olhou para mim parando de chorar.
-Não vais ralhar?
-Mary, tu sabes que eu não ralho contigo - disse-lhe e ela assentiu com a cabeça. Até parecia que se tinha esquecido de como era viver comigo. - Onde dói? - Voltei a perguntar e ela abanou a cabeça.
-Já não dói nada.

Levantei-e vendo assustada.
-O que é que se passa Brayce? - Perguntei aproximando-me dela e desligando a televisão que Mary tinha ligado. - espera um bocadinho Mary - pedi e ela assentiu.

-Não espera - pedi metendo-me à frente dela e beijando-a - tem cuidado contigo, por favor - pedi abraçando-a com força e largando-a com cuidado. - E eu quero que me ligues antes de eu ir trabalhar! - Resmunguei - caso contrário não vou trabalhar, vou mas é atrás de ti.

Mary perguntava-me constantemente o que se passava e o que tinha Brayce para ter saido de repente mas eu não sabia como lhe responder. A minha perna ainda não tinha parado de bater no chão por causa do nervosismo. Ela já tinha saido à tempo de mais e se ela não me falasse agora eu ia procura-la. Respirei fundo tentando acalmar-me e Mary veio para o meu colo.
-Não fiques assim mano, ela volta - sorriu-me e eu sorri-lhe também dando-lhe um beijo na testa.
-Esperemos que sim Mary.
Senti o meu telémovel a vibrar e respirei fundo abrindo e lendo a sua mensagem.
Olhei para Mary, precisava de ir ter com ela. -Vamos a casa da Brayce? - perguntei e ela assentiu. - Vai para o carro, vou só buscar a mana. - ela fez o que eu lhe pedi e eu fui buscar Mel que dormia colocando-a na cadeira de trás do carro juntamente com Mary. Conduzi até casa de Brayce.