Sala de Estar

Abanei a cabeça.
-Não, eu estou bem. - garanti pela eneasima vez. Tirei a camisola e olhei para a ferida, não tinha mau aspecto por isso estava tudo bem. - Senta-te - sorri indo até à casa de banho indo desinfectar a ferida e colocar-lhe um penso. Voltei para a sala e sentei-me ao lado de Brayce. - Os únicos que vêm ajustar contas contigo são aqueles dois? - Perguntei.

-Hei - resmunguei - não és nada. - Contrariei-a - Ele faz isso.. quer dizer - respirei fundo - ele obriga-te ou - encolhi os ombros abanando a cabeça - tu fazes porque queres? Quer dizer, não é isso - disse não encontrando as melhores palavras - tu deixas-te levar com ele? - Perguntei mordendo o lábio.

-Ele viola-te - murmurei endireitando-me e virando-me para ela. Ao ouvir sair da boca dele que nunca ninguém se ia apaixonar por ela revirei os olhos. -Oh, cala-te - pedi num tom carinhoso e puxei-a para mim. - Não podes dizer nunca. - Depois pensamentos assolaram-me e eu olhei-a. - Achas que podes estar grávida? - Perguntei - ou sei lá... - murmurei - doenças.

-Mata-o - Disse apenas e ficámos a olhar um para o outro - és uma neurocirurgiã sabes matar sem dares nas vidas. Sabes os pontos certos e os pontos errados, é só aproveitar a opção certa - estalei os dedos nervoso com a reacção dela. - Hei, não penses que sou um assassino okay? Mas se chamares a policia ou vais presa ou ela não faz nada.- encolhi os ombros e mordi o lábios. - Precisas de uma vida.

-Então e tens aqui o senhor doutor para te ajudar - gozei rindo-me. Deixei-me sentado quando ela se levantou.
Retribui o seu sorriso.
-Cuidado - pedi - para isso tens que ser discreta e os olhares não podem estar sobre ti, normalmente isso não acontece - lembrei-a.

-Desculpa porquê? Parece que é a primeira vez - ri-me e fiz uma careta - bombas não, ia haver policia e depois se alguém morresse eles iam cuscar. - Fiquei a pensar durante um bocado sentado ao lado dela - eu posso distraí-los. De certeza que os outros lhes vão dizer como eu sou, eu posso ir lá e fazer qualquer coisa.

Neguei com a cabeça e ri-me.
-Não, não vais. Porque eu quero ajudar-te e fui eu que dei a cabeça. Preferes arriscar-te a ir presa do que alguém se arrisque por ti? - Perguntei fazendo um ar espantado - que mal agradecida - brinquei.

-Sou sim menina Brayce - contrariei sorrindo-lhe - a sério, eu quero fazer isso e podes estar descansada que eu sei cuidar de mim. - Disse pela milésima vez. - aliás, o meu pai fazia questão que tanto eu como Axl entrassemos em vários cursos e desportos de auto-defesa - acrescentei com uma voz convencida e ri-me olhando para ela.

-Lingrinhas eu? - Perguntei ofendido e subi a camisola dela agarrando na mão e fazendo-a tocar nos seus ossos - eu? - Ri-me. - Podes ser boa, mas isso não te vai, precisas de ajuda. Tu própria disseste à bocado que precisas de ajuda - fiz um sorriso vencedor.

Peguei em Mel tirando-a dos braços de Brayce e fui leva-la ao quarto que tinha pedido para ser feito especialmente para os meus irmãos. Deitei-a lá com os cobertores mais quentinhos e coloquei o seu peluche a seu lado. Mary ficou à porta a ver-me e eu sorri dando-lhe a mão e voltando para o lado de Brayce.
-Vai brincar para o jardim pequenina, não vás é para o quarto até a mana acordar. Sim? - Perguntei a Mary e ela assentiu sorrindo e foi a correr para lá para fora. - Cuidado com a piscina - gritei e ela gritou um "sim" audivel. Aproximei-me de Brayce beijando-a e suspirei ao abraça-la. - Se o Axl tiver razão e a minha mãe estar toda lixada da cabeça? - Perguntei dando-lhe um beijo na clavicula.

Abanei a cabeça.
-Não estou só preocupado com as minhas irmãs, elas estão comigo e estão bem. E eu sei como é que ela trata os filhos, eu sou um. Quando eu saí de casa para trabalhar ela tratava todos bem - parei e fiz uma careta - a todos menos o Axl... e nessa altura ele não merecia - admiti com algum esforço. - Porque é que lhes está a fazer isto a elas? - Perguntei pegando na sua mão que estava no meu pescoço e beijei-a.