Lojas Luxuosas da Bond Street

Aqui encontras as lojas mais luxuosas do mundo, como a Dolce & Gabanna, Gucci e outros...

Axl levou-me até à zona sul e eu sabia bem onde era mas manti-me calada achando que era um atalho para qualquer outro sítio. Raramente ia áquelas lojas, eram demasiado caras e de marcas bem queques.
-Porque é que me trouxeste aqui? - perguntei, confusa

Encolhi os ombros monstrando desinteresse.
-Para ver se te animas - disse cortando para a rua que dava a mais lojas. Apontei com o queixo para elas. - Escolhe uma.

Olhei para as lojas e abanei a cabeça, com cara enojada - provavelmente a única naquele sítio.
-Animar do quê? - olhei-o - Nem gosto muito destas lojas... - na verdade, havia coisas giras, mas eram tão caras que me tinha habituado que não eram para mim desde muito nova.

Parei de andar e Pinkly ladrou enroscando-se nos meus pés.
-Amanda, eu dormi contigo estes últimos dias, não sei se estás lembrada. - Relembrei-a com um toque de ironia - e por acaso, costumo ter um sono profundo, mas quando alguém acorda a soluçar ao pé de mim, tendo a acordar.

-O quê? - questionei ainda mais confusa. Tentei lembrar-me do que ele poderia estar a falar, mas não me lembrava de nada - Mas... - de repente veio-me algo à cabeça. Algo que me lembrava todos os dias: o rapto. E depois lembrei-me de quando era pequenina e tinha medo acordava todos com choros a meio da noite que nem me lembrava que tinha tido na manhã seguinte: o grande motivo pelo que a minha prima me odiava - Tenho chorado a meio da noite? - perguntei para ter a certeza que era o que estava a falar

Abanei a cabeça para confirmar o que me perguntou.
-Depois eu é que acordo mal disposto. - Resmunguei - tem algum significado. - respondi-lhe e apontei para as lojas.
-Escolhe uma, estou a falar a sério.

Agarrei-lhe na mão e baixei-a.
-Não quero. - recusei, olhando para uma das montras novamente e vendo algo giro. Não precisas daquilo, Amanda. Voltei a olhar para Axl e sorri como se nada tivesse acontecido - A sério, não quero - repeti - Mas o que aconteceu esta noite?

-O que aconteceu todas as últimas noite - revirei os olhos - estavas só a ter pesadelos, vamos esquecer isso e escolhe uma - resmunguei - aproveita a minha boa disposição. - Ela praticamente me negava e eu respirei fundo - Amanda, achas que eu te trazia aqui sabendo que não tens dinheiro? Escolhe alguma coisa que eu compro.

Fiz cara de irritada.
-Não quero! - repeti aumentando o nível da minha voz - Pesadelos? Que pesadelos? - insisti

-Amanda, eu não estou na tua cabeça, a ver os pesadelos que tu tens - disse-lhe gesticulando com as minhas mãos já um bocado nervoso - o que mais é que queres que eu te diga? São pesadelos e depois acordas a chorar, se não te lembras a culpa não é minha.

Coloquei-me à frente dele de maneira a ficar de costas para as lojas.
Se queres oferecer-me alguma coisa oferece sem mim por perto, odeio quando me compram coisas comigo ao lado! E nunca comprei nada aqui, não vai ser agora que vou comprar! - mandei - Se eu não me lembro desses estúpidos pesadelos é porque estou com... - demorei uns segundos a procurar a palavra certa - ... ataques de sonambulismo. - suspirei -Não tenho isso desde que era uma miniatura quando perdi a minha familia e tinha MEDO, achas mesmo que não interessa?! - fiquei a olhar para ele, curiosa com a resposta

Revirei os olhos desistindo de falar com ela e sentei-me num banco ficando a olhar para ela de cima.
-Talvez tenhas medo. - disse-lhe - desde o dia em que o gajo te raptou - encolhi os ombros como se fosse uma coisa banal e tentei descontraír, porque sentia que a conversa estava a ficar demasiado tensa - foi um grande trauma. Sei lá, não sou psicologo.

Mudei a minha expressão facial e dirigi-me a ele, ficando de pé.
-Mataste-o? - acabei por murmurar sem levantar a cabeça ou fazer nenhum gesto

Continuei a olhar para ela respirando fundo com a sua pergunta, não por tédio mas porque não estava à espera daquilo.
-Se eu te disser que sim? Como é que ficas? - Perguntei colocando as mãos, por instinto, na sua cintura.

Senti um alívio em todo o meu corpo mas mesmo assim não perdi o meu medo.
-Um bocado mais aliviada. - acabei por admitir, com cara neutra. - Estou assutada. - não era uma coisa que eu costumava dizer muitas vezes, talvez chorar o demonstrasse por mim, mas agora não estava em grande local de chorar.

-Ainda bem - respondi quando ela disse que ficava mais aliviada, como ela é até fiquei recioso que ela ficasse com medo era de mim. -Não tenhas, ele está morto. - Respirei fundo levatando-me e fazendo Pinkly andar.-Agora vais entrar numa ou não? - Perguntei apontando para a loja.

Encostei-me a ele.
-Se me queres oferecer alguma coisa, oferece no Natal. - suspirei - Há mais como ele? - voltei ao assunto, começando a roer as unhas receosa com a resposta.

Suspirei começando a andar com ela colada a mim e voltei a parar com a pergunta dela. Ela não se apercebia mesmo pois não?
-Amanda, eu só como ele. - talvez até seja um bocadinho pior, acrescentei mentalmente

Afastei-me meio metro dele.
-Pronto está bem. - finalizei, ele estava de ressaca e eu não queria ter problemas com ele, visto que ele era assim 'tão mau'

Olhei para trás e Pinkly foi ter de novo com ela puxando a trela.
-Oh Amanda. - resmunguei - não estejas assim. - fui ter novamente com ela e puxei-lhe a cara subindo-lhe o queixo e beijando-a. - Não vais dizer que também tens medo de mim pois não? - Perguntei. Era certo, eu tinha o dom de fazer com que as pessoas mais próximas de mim se afastassem.

Ergui as sobrancelhas.
-Eu? Eu nunca tive medo de ti. - respondi, confusa - Mas... Eu fui raptada, esfaqueada, provavelmente violeta e deus sabe mais o quê. - acrescentei - Talvez tu não tenhas percebido, mas eu tenho medo que mais alguém como aquele drogado apareça e repita isso! - confessei, enquanto tremia de medo, enquanto me vinham imagens daquela horrível noite.

-Não vai acontecer mais nenhuma vez e mesmo que existisse tu farias o que eu te mandasse e não cedias ao teu medo. - lembrei-a. - Mas como não vai acontecer, podes respirar fundo e andar sem medos.

Respirei fundo tal como ele disse mas continuei a pensar aquilo no interior, sem dizer nada para não enfurecer a fera. Calma Amanda, conta até dez. Manti-me calada para não dizer asneiras, continuando a andar.

-Amanda, isso não está a resultar - avisei-a enquanto a olhava - tenta pensar em nada - pedi enquanto metia a trela de Pinkly que estava maluca de todo para um lado e envolvia o meu outro braço livre na sua cintura.