Rua

como sei que não te lembras do que escreveste, está no spoiler.

Spoiler:

Coloquei a minha mão á volta do seu corpo e puxei-a suavemente para mim. - Summer...estás me a dar cabo do sistema. - murmurei olhando-a nos olhos.Aproximei-me mais um pouco dela. - Esta convivência a mais contigo está me a fazer sentir o impossivel...e ...bem... - engoli a seco e recuei dois passos.- e eu sou fraco.- suspirei.- Não te quero magoar pequena...e acho por bem afastar-me para nao te apaixonares também.- voltei a suspirar e dei-lhe um beijo na bochecha esperando a sua reacção.

Cheguei-me mais para perto de Ariana e dei-lhe um pequeno beijo na bochecha. Quando reparei o Batman estava todo sujo.
- Ahm... acho que ele precisa de um banho. - Brinquei.

Andávamos de mão dada pela e cada um com a outra mão com a coleira de cada cãozinho.
- Hum... deixa lá isso. - ri-me.

Encolhi os ombros e dei-lhe um beijo rápido, chegando-a mais para mim. Estava a começar a ficar frio.
- Tens frio, Ari? - Perguntei.

Sorri, dando-lhe ainda outro beijo rápido, enquanto os cães brincavam.
- Não, não te preocupes. - sorri.

Estaquei, não fui capaz de me mexer ao vê-la chorar tomando consciência do que estava a fazer, não podia ficar simplesmente parado. Puxei o seu corpo para mim encostando a sua cabeça ao meu peito e acariciei-lhes os seus cabelos pretos. - Não chores pequena, por favor. - implorei, o meu coração já começava a falhar algumas batidas. - Eu não sou gajo de me apaixonar, tenho medo de te magoar. Eu gosto de ti e eu não quero que passes por só mais uma. Eu quero que sejas a tal...mas.... Summer eu não sou gajo para as tais. Tu mereces um rapaz que te ame, que cuide de ti e que independentemente de tudo não te magoe. Eu sou o típico gajo que não dou certezas a nenhuma miúda porque não sei do que sou capaz de fazer. - olhei-a nos olhos beijando a ponta do seu nariz. - Mas miuda, nunca duvides do que eu sinto por ti, porque é verdadeiro.- baixei o olhar. - Cuida-te. - murmurei estando a breves segundos de virar costas e de me ir embora.

- Como é que sabes que não podes amar alguém, se nunca tentaste? Porque é que não podes ser o 'tal'? E, acima de tudo, porque raio é que insistes que és fraco e te subestimas, se nunca tentaste? Se não sabes. E, se fosse verdadeiro, tu... –Baixei o meu olhar após virar-me, ela tinha razão mas só eu sabia que se ficasse com ela, ela mais tarde iria sofrer…e eu não ia aguentar a minha princesa triste. Prefiro-a ter ao meu lado como amiga e saber que ela podia ficar feliz do que namorar com ela e depois acabarmos e nunca mais a vir.Os meus músculos pararam fazendo-me estacar no meio da rua. A chuva começou a cair aos poucos suspirei e voltei para trás vendo-a lá ao fundo a desaparecer do meu campo de visão. Corri literalmente atrás dela e puxei-a por um braço. – Summer, princesa. – pedi que ela olhasse para mim e estremeci com o que lhe chamei. A chuva caia em cima de nós mas não me importei com isso. – Tens razão. Mas tu és como uma bonequinha, tenho medo de te magoar. Se eu arriscar alguma coisa contigo isto um dia vai acabar. Because nothing last forever even cold november rain- citei olhando para ela nos olhos. – Não quero saber da merda do tempo que isto vai durar, podem ser 12 dias, 34 meses mas e quando acabar? Eu quero-te ter sempre comigo na minha vida. Claro que te quero beijar a todos os segundos, quero poder-te agarrar e fazer com que sejas minha todos os dias, mas eu prefiro dar-te a mão e beijar-te como amigo e poder-te ter sempre. Friends will be friends. – olhei-a nos olhos. –É por ti porque eu estou-me a cagar se sofro ou não, mas agora tu. Quando falamos de ti já é diferente. Se eu te alguma vez magoar eu nunca me vou perdoar,porque és a minha menina pequena.-suspirei e baixei o olhar.

Assenti com a cabeça e senti os seus lábios nos meus, retribui o beijo e coloquei as minhas mãos na sua cintura. - Eu gosto tanto de ti pequenina.- murmurei contra os seus lábios. Engoli a seco e olhei para ela. -Sabes que se algo correr mal...- suspirei e nem prossegui com o que eu dizer. Ajoelhei-me no meio da rua, sem saber o que ia dizer mas sabia o que queria fazer. - Eu não tinha nada...pensado, nao tenho nada para ti. Mas... namoras comigo? - perguntei com a cara completamente molhada. - E como isto não é como os filmes vamos para casa que ainda apanhas uma constipação.- cocei a cabeça e tirei o casaco colocando-a por cima dela.

-Não sejas teimosa Sum. - murmurei colocando-lhe o casaco por cima das costas. Beijei os seus lábios e puxei-a para mim. Subimos a rua lado a lado, entrelacei os nossos dedos. - Vai ser tão bom poder-te chamar namorada, mas se algo correr mal... - fui interrompido por um beijo que me surpreendeu e me fez sorrir. -Vais direitinha para a banheira, e tomas um banho de água quente.- segredei ao seu ouvido. Coloquei o meu braço a volta do seu corpo e puxei-o contra mim, como se alguma força a mantivesse junto a mim.

Meti as mãos nos bolsos e passei por pessoas que conhecia, todos eles me tentavam perguntar porque é que eu andava tão desaparecido, e as raparigas sorriam, vinham ter comigo e perguntavam o que é que eu tinha feito para estar assim, eu perguntava, assim como? E elas diziam: bonito.
Finalmente encontrei Rick, que estava... horrível, ou será que ele sempre foi? Não, ele era um puto cinco estrelas e sempre teve gajas atrás dele, antes de ir para a droga. Cumprimentei-o com um passa-bem.
-Tão? - Perguntei com um sorriso apesar de não me apetecer.
-Andas desaparecido puto! - ele riu-se e cambaleou, tentei agarra-lo e andei com ele até um banco de jardim que estava por perto. Assenti e encolhi os ombros.
-Sim, deixei-me disto. - Ele olhou para mim, ele era o única que estava sentado, eu estava à frente dele, de pé.
-Deixaste? Porquê? - Perguntou meio atónito, ele sabia que eu adorava aquilo, mas sinceramente eu não sabia se ainda gostava ou não.
-Problemas de saúde. - engoli em seco, não queria que todos soubessem, mas sabia que Rick já estava desconfiado.
-Afinal é verdade? O que é que te põe lúcido? Uma merda de uns comprimidos? - Perguntou-me curioso e eu sentei-me encolhendo os ombros.
-Acho que nunca estou verdadeiramente lúcido, apesar de ter que me esforçar, porque a minha gaja é passada dos carretos - sorri ligeiramente e ele riu-se.
-E não consomes mesmo nada? - Neguei com a cabeça à sua pergunta - E os comprimidos que tomas... como é que consegues?
-Exagero na dose - encolhi os ombros - nada de mais, em vez de tomar um tomo dois, isto não se deixa de um dia para o outro. - fiz silêncio - e se eu tomar outra coisa corro o risco de andar por aí a falar para as paredes. - Ele riu-se alto, talvez pensava que era uma piada, mas não era. Vi-o a tirar um saco do bolso e fechei os olhos ao perceber que era coca. -Rick, não faças isto aqui. - pedi olhando para ele.
-Eu também arranjei uma namorada, ela é perfeita... mas hoje tive que lhe mentir - olhou para mim completamente desesperado - disse que vinha ter contigo e que eras um gajo porreiro, mas na verdade só vim ter contigo para puder fugir dela.
-Mentiste-lhe onde? Eu não sou um gajo porreiro? - perguntei tentando acalma-lo e ele riu-se novamente e começou a snifar. Olhei em volta tentando abstrair-me daquilo e ele apontou para mim o que fez com que o meu coração disparasse. Engoli em seco sentindo saudades da sensação que aquilo me trazia e respirei fundo abanando a cabeça com força.
-Anda lá, só uma beca. - disse ele eu mordi o lábio com força.
-Não, eu vou embora - levantei-me. - Trata-te bem. - olhei uma última vez para a droga e cerrei os punho mandando aquilo para longe e saindo dela.

Após sair de casa, escondi-me atrás de um carro, esperando que ele saísse. Eu não era capaz de confiar totalmente nele, muito menos após uma discussão nossa. As pessoas não mudam simplesmente assim, acho eu. Assim que ele saiu, segui-o cuidadosamente para ele não me ver, assistindo a inúmeras raparigas a perguntarem-lhe da 'nova vida' e tentando evitar as lágrimas que me iam escorrendo pelos olhos quando o via a olhar para o decote delas. Mas o pior de tudo, foi quando ele começou a falar com um drogado, o provavel Rick. Quase numa depressão e aos soluços, saí de trás do banco onde estava para me sentar nele, não muito longe de onde ele estava.

Cerrei o maxilar fechando os olhos durante alguns momentos tentando não voltar a trás e pedir-lhe um bocado e quando os voltei a abrir olhei para um banco com uma rapariga e vi Amanda. Revirei os olhos aproximando-me durante um bocado.
- Amanda, porque é que simplesmente não confias em mim? - Perguntei olhando para ela e vendo que estava a chorar. Remexi as mãos a passar-me completamente e continuei a andar indo para casa.

Fiquei por ali, observando as pessoas e os turistas a passarem aos milhares, até as minhas lágrimas se esgotarem por completo. A vida não presta mesmo. E o amor ainda menos. Claro que não era uma surpresa. Já há uns anos que tinha percebido que estar apaixonado não era como diziam. Pelo menos não para sempre. Há sempre um fim, não é? Quer esteja mais proximo, ou mesmo apenas até que a morte os separe. E quanto à vida, essa já me tinha habituado, e em geral este não seria um dos meus piores momentos, entre aspas. apenas entre aspas. Voltei para casa, entrando calma e silenciosamente nela e tentando que Axl não me visse. Não o queria confrontar agora.

-Gostavas de qualquer maneira - encolhi os ombros olhando pelo canto do olho para ele e assim que arrancou. - Pára o carro, disseste ar puro, não disseste ar de carro novo - resmunguei abrindo o vidro - vamos a pé eu aguento.

-Não vou ficar pior por andar um bocadinho e só estou assim por tua causa - apontei-lhe o dedo como ele me fazia a mim e sorri baixando-o pouco tempo depois. - Mas anda, estou bem agasalhada e só me dói a cabeça.

-Está bem pai - suspirei olhando para ela quando colocou a mão no meu ombro-Ainda por cima a uma pessoa tão importante como eu - ri-me baixinho aproveitando o momento para me aproximar visto que estava com frio.

Dei-lhe uma cotovelada quando se riu -Desculpa? Eu sou muito importante - reclamei - apenas ainda não me reconhecem - sorri estupidamente