Sala de Estar

Segui Sophie com as folhas na mão.
- Aconselho-te a ler, Sophie!

Acenei com a cabeça.
-Já li, não te preocupes. - assenti. A pequena Sophia bocejou e sorri, alegre. Pousei-a no sofá e fui com Steven buscar o berço. Deixámo-lo por ali. - Amanhã arrumamos o quarto dela. - peguei na nina e deitei-a no berço, esperando que ela adormecesse. Quando isso aconteceu, aproximei-me de Steven. - Hora da diversão. - provoquei, sorrindo preversamente.

Ri-me.
- Óhh... Eu gosto dessas palavras!
Aproximei-me dela.

Passei a mão pelo seu braço.
-Eu sei que gostas. - passei por ele até à cozinha, já tinha reparado nas garrafas que lá havia. Obtei pelo Whisky e abri, bebendo de gargalo. Já estáva bêbada o suficiente, mas mais não havia problema mais um bocado. Dirigi-me até ele com um olhar maquiavélico.

Ri-me ao vê-la a voltar da cozinha.
- Aqui é melhor não. Pode acordar.

(responde no quarto dele)

Quando entrei na sala encontrei Sophia acordada.
- Olá pequena. - cumprimentei, recebendo um sorriso da sua parte.
Peguei-a ao colo depois de pousar o copo sobre a pequena mesa e sentei-me no sofá; ela virou-se para o copo e estendeu a mão, começando a fazer a água borbulhar, levando-a a rir-se.
- Um dia destes protege a casa de inundações, que achas? - brinquei, mexendo as pernas para ela ficar aos saltinhos.

Ao subir as escadas olhei para a sala e vi Steven a brincar com Sophia. Uma das coisas que eu mais gostava nos rapazes é vê-los a brincar com crianças. Sem sequer pensar, um sorriso abriu-se na minha cara e fiquei ali sem Steven reparar em mim. Acabei por me sentar.

Aproximei-me de Sophia quando vi que Sophie se aproximava.
- É melhor parares, ou ela assustasse.
A pequena fez beicinho, olhando-me.
- Não faças essa carinha.

Ergui as sobrancelhas e o meu sorriso passou para cara de chateada.
-A bebé é minha, sabes disso certo?! - perguntei, voltando a subir. - Como queiras, até amanhã. - voltei a subir as escadas, ainda com o coração a bater com os sons que a Sophia fazia. Fechei os olhos no topo das escadas e contei até dez, tentando acalmar-me. Não olhes para trás. ouvi e assim obecedeci. Segui em frente até ao quarto e deitei-me tal como estáva, de roupa interior. Os sons vindos da sala não me deixavam dormir, e também não tinha sono para isso. Limitei-me a ficar deitada com algumas lágrimas nos olhos.

Ergui o sobrolho e nem tive tempo de responder.
Levantei-me com ela ao colo e subi as escadas, batendo à porta do quarto de Sophie.
- Queres que ela fique aqui ou que vá para o quarto? - perguntei, vendo que estava acordada.

Segui-o e fiquei à porta, encostando a minha cabeça à parede que a fechava.
-Fugir do quê ? - perguntei. Diz-me que ele não está a ser perseguido pela policia... pensei nessa hipótese.

- Paparazzis, já te disse.
Sentei-me no sofá.

Manti-me no mesmo sítio.
-Porque foges deles?

Suspirei.
- Como te disse, sou adotado por filhos de atores. É normal que persigam a minha família...

Dei dois passos em frente.
-Disseste? Não me lembro disso. - disse? comecei a pensar se tinha dito ou não, sem resultado. Ouvi a campainha a tocar e olhei para ele. - Devo abrir?

Engoli em seco.
- Não, acho que não.
Tirei os sapatos cuidadosamente e caminhei até ao hall sem fazer barulho, espreitando pelo óculo.
Suspirei baixinho e voltei à sala.
- Não. - sussurrei-lhe, sentando-me no sofá.

Segui-o devagar, descalça mas fiquei a meio caminho para não fazer muito barulho.
-Tencionas ficar aqui até morrermos de fome? - perguntei, olhando para ele - não me lembrava de como era ser perseguida por paparazzis, desde que tinha terminado a relação com o outro não tinha muitos atrás de mim. Como é que nem reparaste que ele era actor? pensei para mim.

Ri-me.
- Não. Eles acabam por desistir, não te preocupes...
Ouvi o motor de um carro lá fora.
- A menos que queiras abrir e inventes que aqui só vives tu e a tua filha.

Abanei a cabeça e recuei dois passos, arrepiando-me.
-Nem penses. Eles também já me conhecem.. - admiti, respirando fundo e acalmando-me, sem pensar na possibilidade de eles saberem que eu me encontrava ali.

Olhei-a.
- Ai sim? Porquê?

Sentei-me com Sophia no colo.
- A filha é tua e eu é que ando a carregá-la?

Tirei-lhe a pequena do colo e aconcheguei-a nos meus braços.
-Então, supostamente és uma espécie de pai. - ri-me com um toque de sarcásmo

Gargalhei ironicamente e levantei-me.
- Quando casarmos. Nos teus sonhos!

Não serão antes nos teus? - piquei, rindo-me e olhando de novo para a pequena. - Tens um biberão para ela? - perguntei, preocupada que lhe ainda tivesse de dar de mamar