Quarto da Brayce

Regressei ao quarto deixando a toalha cair no caminho e abri o meu armário. Olhei para as roupas e suspirei, optando por escolher algo mais prático. Vesti-me após passar creme pelo meu corpo e calcei uns sapatos de salto negros. Agarrei na minha mala e saí de casa rumo a algum sítio onde pudesse fazer o que me apetecesse.

Roupa

Depois de receber a sms do Axl, levantei-me do sofá e limpei a cara com as mangas da minha camisola. Isto não me podia estra a acontecer. As duas pessoas que me fizeram ter esta vida procuram-me após 22 anos da minha existência para ter comigo uma relação que nunca tiveram. Pergunto-me se ainda fazem parte da tal família rica e quantos irmãos terei. Perguntas às quais não sei as respostas mas se as quiser saber na verdade, a morada está no envelope. Subi as escadas rumo ao meu quarto e entrei no mesmo deixando os dois cães entrar. Caminhei até à cama e deitei-me na mesma, sendo acercada dos dois animais.

Caminhei para a casa de banho privada e despi o meu pijama ligando depois o chuveiro. Meti-me debaixo de água e tomei um banho consideravelmente demorado. Assim que este acabou, saí da cabine de duche e enrolei uma toalha ao corpo. Aproximei-me do espelho e sequei o cabelo ajeitando-o ao meu gosto. Passei creme hidratante na cara e maquilhei-me como habitual. Voltei para o quarto e o meu coração disparou quando encontra Bryan com aquela carta nas mãos. Corri até ele e tirei-lha de repente.

- Não… - Murmurei rasgando aquela carta e deitando-a no lixo que havia na casa de banho. Voltei ao quarto e caminhei até ao quarto. Abri as portas do armário e agarrei numa roupa enquanto nos meus olhos se formavam montes de lágrimas. Respirei fundo tentando não chorar e agarrei no creme para o corpo.

Não aguentei e comecei a chorar tapando a cara com as mãos. - Eu saí daquele mundo e ele não me larga Bryan…eu não tenho nada para eles e eles mandam-me cartas de morte, tentam matar o meu cão, assaltam-me a casa…eu sei lá! - Confidenciei enquanto chorava compulsivamente. - Eu não quero ficar sozinha. - Solucei.

Limpei a cara com as mãos. - Eles não me vão largar enquanto não tiverem de mim tudo o que querem… - Disse olhando-o. - E eu não tenho ninguém a não seres tu, mas tu tens a tua vida e eu não quero que te prendas por mim. - Funguei e fui sentar-me na cama com os cotovelos nos joelhos e a cara enterrada nas mãos.

- E a tua família? A tua vida fora do hospital? - Questionei olhando-o e virando-me ligeiramente para ele. Baixei o olhar e suspirei. - Sei o que eles querem…não param de me relembrar… - Murmurei.

Deitei-me para trás e levei as mãos à cabeça. - Querem que eu case com o boss… Querem que deixe descendentes e que haja ligação com a minha família para que o “império” deles cresça ainda mais. Não só financeiramente como no mercado negro… - Solucei. - Eu envolvi-me com aquele pulha quando me drogava até ao limite e agora ele não me deixa Bryan…eu sinto-me o maior nojo de sempre. - Disse chorando cada vez mais.

- Queres que vá de toalha? - Questionei rindo-me levemente entre as lágrimas. Ele riu-se e coçou a cabeça num acto desajeitado. - Deixa-me só vestir. - Pedi largando a mão dele e aproximando-me da cama. Vesti uma lingerie e passei rapidamente o creme hidratante pelo corpo. Agarrei na minha roupa e vesti-me. - Agora sim! - Disse calçando os meus botins e agarrando na minha mala de mão.