Fast Food Shop

Fiz uma careta.
- Não, ainda não.

Ri-me e colei os meu lábios aos seus levemente.
- E o que me dizem a uma ida ao shopping? - olhei para ambos.
Marie bateu palminhas, na verdade era uma coisa de raparigas.

Fiz uma careta.
- Até parece que ela compreende.
Levantei-me, continuando com Marie ao colo e apontando o carrinho.
- Trazes?

Ri-me.
- Ela percebe mais do que aquilo que pensamos...-gargalhei.
Levantei-me e coloquei a minha mala sobre o ombro.
- Sim...-respondi, começando a empurrar o carrinho. Agarrei a mão de Jake e saímos do restaurante.

Conduzi-nos até a uma "concentração" de restaurantes, a maior parte era tudo fast-foods mas eu nem ligava muito a isso e também não queria que o nosso jantar fosse passado no meio de muita confusão. Entrei no restaurante mais caro, porque era o que servia melhor e era o que tinha menos pessoa - quanto menos pessoas melhor - e vi o empregado a vir ter connosco. Levou o casaco de Amanda e conduziu-nos para uma mesa longe das outras pessoas - poucas - que lá estavam.

Aquele sítio era completamente estranho, já tinha passado muitas vezes por lá mas notava-se que havia algo de mais requintado e por isso nunca tinha tentado entrar. Quando nos tinhamos visto livre dos empregados, olhei Axl naquela mesa para dois totalmente solitária à janela, de vidros esfumados, e perguntei-lhe o porquê.
-Porque é que me trouxeste a este sitio tão... chique?

Olhei para ela enquanto me entretia a colocar os talheres numa posição ainda melhor.
-Porque... - fiquei sem palavras - porque não acho que fosses gostar de fast-food. - Encolhi os ombros olhando para os olhos dela. - E porque não tem muita gente.

Encostei-me à cadeira e fiz um olhar embaraçado.
-Ao menos podias ter dito, que eu vestia algo... decente. - olhei para a minha roupa com olhos esbugalhados e depois para ele. Todas as outras gajas me olhavam de lado porque estavam todas de saia e eu de calças.

-Estás indecente? - Perguntei olhando para ela e comparando-a às outras raparigas. - Estás com o teu estilo - encolhi os ombros - não precisas de um vestido que te realce as mamas até as deixar de fora- apontei para uma gaja - nem de uma saia que eu consiga ver oas cuecas e a floresta negra - apontei para a pessoa atrás dela.

Fiz uma cara de espantada e tapei a boca tentando evitar rir-me enquanto as gajas olhavam para mim de uma maneira ainda mais irritante.
-Okay, okay, tens razão. - concordei, ainda com gargalhadas. Para desanuviar, tirei a ementa de cima da mesa e olhei os preços - Isto é super caro Axl! - resmunguei, vendo que umas simples fish and chips custavam 37 libras.

Revirei os olhos.
-Porque é que achas que está aqui só estas pessoas? - Perguntei vendo a ementa com ela. - Vou pedir um rodizio. - Suspirei farto de ver pratos. O empregado veio todo direito e com o nariz para cima na nossa direcção. - Já escolheram o que vão pedir? - perguntou olhando para mim, ele estava a reconhecer-me.
-Eu sei, quero um rodizio, mas não queremos daqueles pratos que só se servem uma grama de comida - avisei-o e ele riu-se. Sim, conheciamo-nos, tinhamos sido colegas de turma na secundária.
-Claro Axl, eu digo ao chefe. - riu-se e eu sorri.
-E a senhorita - Perguntou com um ar importante e sorriu logo de seguida. Revirei os olhos com aquele olhar e encostei-me à cadeira.

Destapei os meus olhos da ementa, com aquela minha cara de parva que Brayce estava a falar sempre, e olhei para o empregado.
-Am, o mesmo que ele... - perdi-me nas palavras quando vi aquela carinha laroca. Quer dizer, Axl era giro (assim como o irmão), mas aquele rapaz? Ai aquele rapaz matava-me. Tinha uns olhos cinzentos azulados em que provavelmente qualquer rapariga facilmente caía, e um sorriso branco e perfeito. E, pelo olhar dele, interiormente ele também me estava a apreciar. Ri-me da minha idiotice e acalmei os animos antes que Axl reparasse - Por favor. - acrescentei, sem parar de o olhar.

Fiquei a olhar para Amanda enquanto ela estava a olhar para Dynn.
-Pronto, está tudo, vai-te lá embora - disse num tom mais resmungão. Porque é que eu tenho que estar aqui a tentar evitar para as mamas das outras se ela olha completamente à descarada. Dynn riu-se porque percebeu e acabou de apontar os pedidos.
-Volto rápido - avisou e eu revirei os olhos.
-Claro que voltas.

Olhei para Axl e fiz uma cara de amuada, escondendo um grande sorriso traiçoeiro por baixo.
-Desmancha prazeres. - insultei, começando a rir-me de seguida e voltando a olhar para o rapazito enquanto ele se ia embora. Opá, é que não bastava ter aquela carinha desejosa ainda tinha um corpo todo bem feitinho. Vá Amanda, o Axl vai irritar-se... lembrei-me e rir-me para dentro novamente. - Conhece-lo? - perguntei quando ele já estava lá mais bem distante.

-Sim, era da minha turma no secundário. Chama-se Dynn.- respondi pegando num bocado de pão e comendo um bocado dele. Outro empregado, desta vez uma empregada veio trazer as nossas bebidas e colocou-me um bocado no copo. Olhei para os olhos dela e sorri-lhe.
-Obrigado - agradeci e ela foi-se embora. Continuei a sorrir enquanto Amanda devia estar a pensar no Dynn e bebi um bocado da minha bebida.

Acenei com a cabeça e fiquei a olhar Axl apoiando a cabeça nos meus braços. Tirei um dos braços e bebi um golo de vinho saboroso.
-Então, vais ficar para sempre calado? - perguntei, enquanto brincava com o copo vazio.

- Não gosto de interromper as pessoas quando elas estão a apreciar outras - gozei e ri-me abanando cabeça.-Não tenho nada para dizer - admiti, encolhi os ombros percebendo que isto não era normal. Eu podia pensar em mil e uma coisas para falar com ela, mas nada me despertava a atenção para começar uma conversa.

-Ciumento. - provoquei e olhei para ele e depois para o copo novamente. Havia tantas mas tantas coisas para falarmos que simplesmente era dificil de começar. Acabei por me lembrar daquela conversa da Brayce novamente - Axl... - chamei a atenção e pousei o copo no devido lugar - Tu não acreditaste naquilo que a Brayce disse mesmo, pois não? - porque é que a merda das coisas que ela me diziam voltavam em flashbacks uma e outra e outra vez ?!

Não respondi à sua provocação, apenas me limitei a revirar os olhos novamente.
-Oh Amanda - suspirei levando uma mão à testa - esquece o que ela te disse, acabou. - pedi - Ela é minha amiga apesar de tudo - revirei os olhos - e tu - calei-me sem saber o que dizer a seguir.

Claro, amiga. Amiga com beneficios no beco da cidade. Vá, esquece lá isso.... Acordei para o mundo novamente e olhei para ele confusa com o que ele tinha dito. Não era muito... normal ele deixar uma frase a meio.
-Eu? - questionei num tom irritado, nervosa com o que ele pudesse vir a responder - Eu o quê? - insisti e franzi o sobrolho.

-Tu és a minha parceira. Lembraste? És uma suicida - sorri forçadamente e Dynn veio com o comer.
-Está tudo aqui - disse colocando tudo no prato - Bom apetite. - desejou e sorriu. - Temos que combinar alguma coisa puto - disse tocando no ombro, coisa que não sei porquê, não gostei muito. Tem cuidado com a tua imaginação Ouvia a voz do meu irmão durante algum tempo a ecoar na minha cabeça e deixei que ele o fosse fazendo, se bem que era irritante. Ouviu-se um pirraguetear e Dynn sorriu. - Já falamos. - Disse saindo e deixando-nos outra vez a sós. Felizmente.

Revirei os olhos e cruzei os braços encostando-me à cadeira de novo. Bufei mas fiquei novamente com um sorriso na cara quando Dynn apareceu.
-Obrigada - agradeci olhando aqueles olhos lindos enquanto ele pousava a mesa. Normalmente eu não me atirava assim a um rapaz qualquer, principalmente amigo de Axl, mas aquele era uma excepção e além disso ele também se estava a fazer a mim. Foi-se embora e eu comecei a comer - Bom apetite! - desejei também, enquanto espetava o garfo no primeiro pedaço de carne e mexia encostado ao prato, em busca de molho.

Revirei os olhos ao vê-los os dois aos sorrinhos e ataquei a picanha completamente sem fome. Bebi um bocado da minha bebida, não, não era vinho, era a porcaria de uma coca-cola. - Sim, bom apetite - disse mal disposto. Quer dizer ela vinha jantar comigo e andava a atirar-se a um amigo meu? Por favor.

Comecei-me a rir e pousei os talheres com a má disposição dele.
-Tal como eu disse, ciumento. - repeti e dei uma dentada - Ele é só um... amigo... teu... - disse ainda com algumas gargalhadas. Continuei a comer naturalmente, tentando parar de pensar o que é que o outro estaria a ficar a pensar de mim.

-Eu não estou ciumento, estou chateado. Convido-te para jantar para não ficares sozinha em casa e tu ainda te atiras a um amigo meu, não tem piada nenhuma. - Resmunguei endireitando-me e reparando que já tinha comido mais de metade da minha comida. - Um dia vou experimentar fazer o mesmo - garanti-lhe.