Quarto da Jess

Mordi o lábio inferior quando ele entrou no closet.
Fui chegando-me para trás até chegar à parede, depois de separar os nosso lábios dei uma gargalhada.
- Assim não vale! O objectivo era não ser uma má influência para ti!

- Gosto de ser rebelde.. - brinquei e mordi o seu lábio inferior. - Além de que, isolares-te do mundo - eu - - armei-me em egocêntrico brincando. - Não me parece ser muito boa ideia, nesta altura do campeonato... - deslizei o olhar assim como a minha mão, parado na sua barriga.

Lancei-lhe um sorriso rasgado.
- Tu... o mundo... pode ser mas só o meu mundo.
Olhei para a mão dele pousada na minha barriga e coloquei a minha em cima mão em cima da dele.
- Pois não... ainda por cima se for um Ed. Toda a ajuda é agradecida. - sorri-lhe.

- O teu mundo? - olhei-a a sorrir. - Uhh gosto disso.
Sorri ao ver a sua mão em cima da minha.
- Dá muito mais trabalho se por uma Jess, visto que é rebelde e má influência.. - provoquei.

Dei-lhe uma palmada no peito.
- Não dá nada. Uma Jess ia ser super sossegadinha, excepto quando estivesse com o maluco do pai! - dei uma gargalhada.
Fiquei alguns momentos a olhar para ele.
- Ainda há umas horas discutimos por causa da gravidez e agora já fazemos piadas com isto. Se os nossos filhos não nascerem com um parafuso a menos apanharam o genes do meu irmão.

- Claro, eu a má influência. - revirei os olhos. - Fica sabendo que ia ser uma Jess muito babada pelo pai! Daquelas filhas que chamam o pai quanto têm medo, quando vão dormir, etc... - brinquei.
Retirei a sua franja dos olhos.
- Sim, tens razão, somos mesmo bipolares... - ri-me. - O Lucas é assim tão certinho? - perguntei curioso.

Fiz um beicinho quando imaginei aquilo que ele disse.
- Tão lindos. Ai ias tu dar em maluco com duas Jess´s!
Dei uma gargalhada.
- Muito certinho. Coitadinho... ele sempre foi o meu pai. Não teve infância quase nenhuma para andar atrás de mim... isso tornou-o muito responsável e pouco abusador...

- Oh.. lamento por ele. - disse torcendo um dos cantos da boca.
Olhei-a e sem ela esperar peguei-a ao colo pela cintura.
- Acho que uma já me dá bastante trabalho, mas mesmo com duas duvido que a filha seja pior que a mãe... - brinquei

Dei um gritinho quando ele me pegou ao colo de repente.
- Ai a mãe é pior? Está bem! Vou ensiná-la a ser pior do que eu! - deitei-lhe a lingua de fora.

- Isso se eu deixar, não é? - disse dando-lhe um beijinho à esquimó.
Contemple-ia mais uma vez.
- Fico contente por seres tu Jess... - disse mordendo o lábio. Talvez fosse cedo para dizer uma palavra tão forte, mas Jessica dava um verdadeiro sentido aquilo, por isso confessei sem medos. - Amo-te... - disse meio envergonhado.

- Só tens de deixar!
Coloquei os braços À volta do pescoço dele e sorri.
- Eu também te amo meu maluco fofinho e também estou muito contente por seres tu. - juntei os nossos lábios.

- Acho muito bem. - brinquei e juntei de novo os nossos lábios. Sentei-me continuando com Jess ao meu colo. Parecia-mos tolos ali sentados no meio da roupa toda. Ri-me.

Não consegui deixar de rir também. Ele estava a olhar para o closet.
- Acho que temos um fetiche pelo meu closet. Passamos aqui a vida. - disse com um sorriso.
Deitei a cabeça no peito dele e sorri.
Não quero estragar este momento maravilhoso no meu closet, mas estou cheia de sono... - dei uma gargalhada e beijei-lhe o pescoço.

Ri-me e fiz cara séria.
- Eu tenho mesmo um fetiche por isto aqui, é o teu guarda roupa... com o teu cheiro e ... - olhei para o tecto e mordi o lábio numa cara de tarado. - Ahhhh nem imaginas. - gozei ainda mais e finalmente olhei para ela a ri-me.
Jess queixou-se do sono e eu levantei-me com ela ao colo.
- É para já minha princesa. - disse e caminhei para o quarto, abri a cama e pousei-a dentro dos lençóis. Deitei-me a seu lado e puxei-a mais para mim beijando-lhe a cabeça.

Aninhei-me nele depois de ele se deitar ao meu lado.
Encostei o nariz à camisola dele para sentir o seu cheiro e adormeci com um sorriso.

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Acordei de repente prestes a cair da cama. Sorri e espreguiçei-me.
Sai da cama muito calmamente e fui até à casa de banho no meu quarto fazer a higiene básica. Comecei a olhar para a minha imagem no espelho, olhando-me de lado imaginando-me barriguda.
Não coseguia esperar mais...
Vesti uma roupa à pressa sem fazer barulho e coloquei uma nota no bolso.
Sai de casa dirigindo-me à farmácia. Estavam duas pessoas à minha frente. Quando chegou a minha vez olhei para a mulherzinha de óculos e disse com toda a confiança que tinha.
- Queria um teste de gravidez.
A mulher começou a teclar qualquer coisa e começou a olhar para mim, a avaliar que idade teria.
Sorri-lhe cinicamente - Sim é para mim!
Ela desapareceu e depois de pagar pelo teste sai com um peso enorme no peito.
Quando voltei para casa ele ainda estava a dormir. Atirei-me para cima dele.

Acordei com o peso de alguém em cima de mim.
-Owwww - exclamei de dor e de susto ao mesmo tempo. - Queres-me matar Jess? - disse e virei-nos beijando os seus lábios levemente.

Aproximei os meus lábios do pescoço dele.
- Ainda não.
Deitei-me de costas na cama ao lado dele. Tirei a caixa do teste de gravidez do bolso e coloquei-a junto do coração.
- Está na hora de saber? - não sabia se lhe estava a perguntar a ele ou a mim própria...

Sentei-me rapidamente na cama ao avistar a caixa que Jess tinha no peito. Peguei nela e olhei para a fotografia da embalagem. Esfreguei os olhos não só na tentativa de me habituar á claridade mas como se a verificar se estava certo.
- Tens... a certeza? - perguntei meio inseguro. Eu estava nervoso pela resposta, não sabia se o queria saber ou se preferia esperar, mas por um lado a pressão de esperar tanto tempo para saber não me parecia correcta.

Virei-me para ele.
- Preferes não saber?
Coloquei a caixa debaixo da almofada.
- Se não quiseres saber... ok... só achei que era melhor do que estar assim... sem saber se sim ou se não.

Uma onda de coragem e curiosidade invadiu-me e respirei fundo.
- Quero saber sim Jess. Se o quiseres fazer eu estou aqui para a resposta. - disse afagando-lhe o rosto e fechando os olhos com força. Retirei a caixa de debaixo da almofada e entreguei-lhe.

Juntei os nossos lábios por alguns segundos.
- Vamos lá saber! - tentei soar animada mas sentia um peso enorme no peito.
Levantei-me e levei o teste comigo para a casa de banho.
Segui as inicações que diziam na caixa (mijar para aquilo) desculpa a maneira como disse... mas é o que se faz e é estupido estar com floreados... x)
Deixe o teste no lavatório e vi as horas antes de volta para perto do Ed. Sentei-me ao lado dele na cama.
- Agora só temos de esperar cinco minutos...

Quando Jess voltou e me indicou o tempo que tinha-mos de esperar apenas assenti com a cabeça. Foram os maiores cinco minutos da minha vida, sem exagero. A cada minuto que passava o meu batimento cardíaco acelerava. Tentei distrair-me a olhar para o tecto, a assobiar, a juntar as mãos etc... não parei quieto um minuto que fosse. Por fim, olhei para o ecrã do telemóvel que marcava o tempo certo.
- Vamos os dois? - perguntei a medo.

Estava na hora...
Levantei-me num salto e puxei-o pelas mãos. Mordi o lábio inferior e olhei para ele.
- Não consigo fazer isto sozinha...

Levantei-me com ela e abracei-a. Beijei os seus lábios levemente e agarrei na sua mão com força.
- Nem eu te deixava fazê-lo.
Caminha-mos até á casa de banho num passo lento.

Peguei no teste de olhos fechados.
Um traço: não está grávida; dois traços: está grávida as palavras da caixa não me saiam da cabeça.
Abri os olhos devagar para ver o que estava lá. Um traço ou dois traços?
Estavam marcados dois traços vermelhos. Fechei os olhos com força e virei-me para ele.
- É oficial.... - levei as mãos à barriga. Devia estar completamente histérica por estar grávida com dezoito anos, mas por algum motivo uma felicidade enorme tinha-me preenchido...