Resto do exterior

Saltei o muro e em vez de dirigir-me ao quarto fui para os colchões que mais pareciam uma cama completa. Deitei-me num e liguei um projector que estava protegido por uma saca por causa das chuvas em Londres, um filme começou a dar, estava a meio e era de um terror muito fracote.
Sim, sem duvida que aquela casa era grande e que Cally tinha muito dinheiro, mas para quê exagerar?
Voltei a levantar-me desligando as coisas e fui deitar-me numa tenda fechando os olhos, apesar da claridade. Já era muito de manhã, se já não fosse de tarde, mas tinha passado uma noite em branco e precisava de descansar e pôr as ideias em ordem.
Acordei a meio da tarde e fui até à cozinha vendo que não havia lá nada de interessante para comer. Suspirei e vi uma nota a dizer, que ainda não havia muita coisa para comer. Revirei os olhos e vesti alguma coisa para ir ao super-mercado.

Axl conduziu-me até ai exterior da casa de Cally, da qual eu desconhecia. Sentei-me num banco e manti-me calada, embora os meus dedos a baterem num bocado de madeira, nervosos, tirassem o silêncio todo.

-Anda para aqui - pedi agarrando nela e deitando-a no colchão onde tinha estado à algumas horas. Coloquei o chapéu em cima de nós porque estava a começar a chuviscar e liguei o projector colocando um filme de jeito. Peguei numa manta que estava em cima de uma mesa de vidro e cobri-nos. - Não te preocupes mais com isso. - pedi-lhe.

Fiz o que ele disse e respirei fundo de novo, continuando sem falar. Era impossível não pensar que tinha uma pessoa a crescer dentro de mim. Assisti ao filme, mas não consegui parar algumas lágrimas que caiam do meu olho.

Suspirei sabendo ser impossível. Eu também não conseguia evitar em pensar que ia ser pai. Aproximei-a mais a mim e decidi dizer algo para a acalmar.
-Eu vou estar sempre aqui, para o que precisares - que lamechas que tu estás Axl. Nunca pensei dizer isto na minha vida, mas lá havia uma primeira vez para tudo.

Fixei-o nos olhos.
-Prometes? - pedi. Ele era um drogado, não sabia quantas vezes teria passado uma simples noite com gajas como eu.. e se eu tivesse de criar o bebé sózinha? ou e se eu tivesse de o abandonar numa igreja?

Engoli em seco e mordi o lábio suspirando.
-Eu prometo - disse não acreditando que estava a dizer aquilo. - E prometes-me que não vais estar mais com essa cara de enterro? - Perguntei-lhe sorrindo-lhe o mais que podia.

Tentei fazer um pequeno sorriso.
-Prometo. - suspirei. Por momentos pensei em perguntar-lhe que raio de relação é que nós tinhamos, mas achei melhor não. Ele parecia estár um pouco embaraçado, e não sabia como ele era irritado.

-Acho bem, miúda - sorri olhando para o filme, apesar de não prestar atenção nenhuma. Apetecia-me tanto deixa-la ali e ir ao meu quarto buscar alguma cois apara tomar. Respirei fundo, tinha que fazer um esforço, não podia fazer mais nada à frente dela. Já a tinha deixado tomar LSD o que foi uma asneira tremenda. Um dos meus principios é: não viciar outros, ainda pior se forem outras.

Percebi o vicio dele e suspirei.
-Vai lá tomar a tua droga. - apesar de às vezes tomar, não me viciava em coisas fácilmente. Não havia problema em mim fumar marijuana duas vezes por dia, se ao final da semana não tivesse, não havia problema

Irritei-me com o que ela disse e fechei os olhos respirando fundo várias vezes. Levantei-me e desliguei o projector.
-Não digas isso! - Exaltei-me - Caso não tenhas reparado eu estou a fazer os máximos para não te deixar desanimar está bem? Gostava que não me começasses para aqui a insultar indirectamente. - Disse indo para a mesa que estava um pouco mais distante e olhando para a piscina.

levantei-me e fui até ele. Fiquei ao pé dele, calada, até que interrompi o silêncio.
-Não te estou a insultar... - murmurei, acalmando-o - Só te estou a dizer, se queres, vai. -suspirei

-Pois, mas eu não quero - disse irritado e levando as mãos à cabeça. Queres. Abanei a cabeça com força. - Eu não quero - repeti e cerrei os dentes fechando os olhos e cravei as minhas unhas na minha cabeça. - Estou a dar em maluco. - disse baixo para não gritar.

Abraçei-o, tentando acalma-lo.
-Tem calma. - pedi, sem o largar - Vai - contunuando sem o largar, conduzi-o até à entrada de casa - Vai - murmurei novamente, largando-o novamente e com medo da sua reacção

Quando entrámos em casa passei pelo bar e trouxe vários tipos de bebida. Bebidas alcoolicas: Whisky, como ela tinha pedido, Vodka, como eu gostava e cerveja. Não convinha misturar ou podia resultar mal, mas pelo menos assim não precisavamos de estar sempre a ir e a vir de um lado para o outro. E bebidas não alcoolicas, como redbull, coca-cola e sumo de laranja de uma embalagem qualquer, estes sim, para misturar, se fosse preciso. Coloquei tudo em cima da mesa e tirei o bolo das mãos de Amanda, que eu lhe tinha dado, colocando-as também. Tirei a trela a Pinkly e ela atirou-e para a piscina, feita maluquinha.
-Qual delas queres? - Perguntei atirando-me para o sofá a olhar para as bebidas que estavam à minha frente, na mesa.

Descalcei-me e sentei-me no sofá. Olhei para as bebidas.
-Uma qualquer. - suspirei e encostei a minha cabeça à parte de trás.

Mandei-lhe a garrafa de Whisky para as mãos e sentei-me ao lado dela mal disposto.
-Se te embebedares com pouco aviso-te já para ires com calma, porque não te consigo levar para a cama hoje. - avisei-a deixando a minha cabeça cair e respirando fundo ao olhar para cima.

Rasguei um pequeno sorriso e olhei para baixo, estava cansada sem saber bem porque motivo.
-Acho que não me vou embebedar. - confessei, levando a garrafa à boca - Vou só... beber um bocado.

-Bebe à vontade - ri-me levantando-me e corri até ao meu quarto, levei as minhas mãos à cabeça vendo a minha irmã mais velha lá.
-O que estás aqui a fazer M&M's? - Perguntei-lhe mordendo o lábio.
-Estava a tentar dormir - disse ela com uma voz muito inocente - Já falaste com o Bryan? - Perguntou-me deixando-me ficar a olhar.
-Tu gostas mesmo dele hã? - Perguntei com uma ponta de ironia que ela não percebeu e neguei - não. Nem vou faltar Mary, a mãe deixou-te comigo, não com ele. - Ela sorriu e veio abraçar-me, quando me largou foi deitar-se na minha cama e eu não consegui chegar à minha comoda tirar o que quer que fosse. Voltei para a rua e sentei-me em cima da mesa respirando fundo para me acalmar.
Dá-me um estalo - pedi olhando para Amanda.

Bebi mais um bocado e não lhe respondi quando foi ter ao quarto. Ouvi a conversa, provavelmente sem Axl perceber.
-Quem é o Bryan? - perguntei, quando ele voltou.

Olhei para ela confuso.
-Eu estou a pedir-te para me dares um estalo e tu perguntar quem é o meu irmão? - Perguntei fazendo uma careta. - Muitas raparigas gostariam de estar no teu lugar agora.

Levantei o olhar para ele.
-Acredito que sim. Mas estou cansada. - queixei-me - Teu irmão? Qual teu irmão?

-O meu irmão gémeo - resmunguei sentando-me ao lado dela com os pés esticados e colocando-os em cima das cadeiras - Não tens irmãos? - Perguntei olhando para ela.

Olhei para ele primeiro e manti-me calada, depois olhei para baixo continuando sem lhe responder. Cocei a perna e bebi mais um gole, desta vez maior, que me vez queimar a garganta.