Tower Bridge

Dei uma gargalhada.
- Eu vou tentar conter a excitação da minha irmã mas sabes como é difícil. - dei-lhe outro beijo no pescoço e puxei-a para fora de casa.
Enquanto caminhávamos sem destino pelas ruas de Londres não a larguei um minuto, queria-a bem perto de mim.

Coloquei as minhas mãos na cintura dela.
- Acho que já sabes todas as coisas importantes sobre mim... mas queres mais? Não costumo beber muito. É como trabalhar no Mac, deixas de gostar de hamburgers. Tenho a minha mota desde os quinze anos. Não gosto de cenouras. - dei uma gargalhada - Sei lá! Acho que é tudo...

Puxei-a mais para mim para a beijar.
- E que mais coisas é que eu não sei sobre ti, senhora advogada?

- Não gostas de queijo? Esquece já não podemos ficar juntos! Eu adoro queijo!
- Mas como também gostas de cães... perdou-te o não gostares de queijo. - disse sorrindo abertamente.

- Então já sei o que tenho de fazer para tu não me dares beijos! - fiz cara de mau.
Depois de ela receber uma mensagem puxou-me até ao carro dela.
-Começo a preocupar-me... vais levar-me para o descampado para me violares?

Saí do autocarro e dei uma volta pela ponte. Quanto encontrei um sítio confortável numa esquina (perto da ponte), tirei o casaco e coloquei a cabeça em cima dele, deitando-me. Não podia ir para casa, era demasiado perigoso. Não tinha dinheiro para hotel. Tinha abandonado a casa do pai das minhas crianças. Excelente Amanda, vais ser uma mãe excelente. pensei para mim própria. Com o barulho dos carros e dos turistas, acabei por adormecer, desconfortávelmente.

Acordei cedo com o barulho do trânsito e das pessoas a passarem. Levantei-me e vesti o casaco, sentando-me sem saber bem por onde ir. Porque é que abandonaste o pai das crianças?
-Desculpa? - falei sózinha com a voz da minha cabeça - Passaste 17 anos sem me falar, desde que a minha irmã morreu e eu pedi para te calares, e agora é que decides falar?! - Precisas de mim, outra vez. ouvi a tal voz - Precisei antes de o fazer, agora não há nada que o possa fazer. Volta para casa dele. ouvi - Ele nem veio à minha procura - talvez porque ainda não sabe que desapareceste, por isso é melhor ires agora. -[b] Se ele ainda não sabe que eu desapareci, é porque andou a foder outra esta noite. - refilei, as pessoas olhavam para mim como se fosse louca, que ralmente era. A minha barriga doía, tinha fome e sentia pontapés dos bebés, para além de estár toda suja. Tirei o smarthphone, tirando o documento do horário dos meus tios e da minha prima. Dentro de 5 minutos, eles estariam no trabalho, o que me dava tempo de ir a casa alimentar-me e fazer o que tinha a fazer. Esperei os cinco minutos e apanhei o autocarro de volta a Oxford Street.

Madeleine levou-me para Tower Bridge, pelo menos aqui as pessoas não passavam e paravam a olhar. Passei a minha mãe pelo gradeamento e olhei para o rio. A meio voltei a olhar para ela parando.
-Obrigado por me teres tirado dali - agradeci - eu detesto isto. - desabafei, depois lembrei-me de algo... talvez ela não gostasse - Desculpa, provavelmente amanhã vou ser noticia e tu estavas ao pé de mim - fiz uma cara aflita. - Eu dou muito boa impressão logo no primeiro dia! - ironizei.

-Pior do que tu tiveste de mim ontem, duvido.- brinquei sorrindo. - Oh deixa estar..eu sei mais ou menos o que é passar por isso.- Reparei que as nossas mãos ainda estavam dadas, larguei-as rapidamente. Encolhi os ombros e sentei-me numa das escadas enquanto largava um suspiro.

Olhei-a meio confuso enquanto me sentava ao lado dela.
-O que é que eu vi ontem de ti? - Perguntei um bocado estupidamente. Bolas, bolas, bolas, precisava rapidamente de tomar a medicação ou isto ainda ficava pior.

-Não dissestes para eu ser mais simpática?-revirei os olhos gargalhando. Encostei-me a uma parede e visualizei todo o aparato que se dispunha á minha volta.

-Am... - abri a boca para falar - sim talvez, pois... ah sim já me lembro! - engoli em seco e olhei em volta. -Sim, mas isso era apenas porque não me conhecias... ou estavas num dia não. - Encolhi os ombros. - E também me queria meter contigo - admiti brincando.

-Mas eu sou antipática - avisei com uma cara engraçada, eu nunca tinha sido simpática para ninguém mas nós tínhamos uma grande empatia que me colocou á vontade desde o momento em que ele pisou o chão da 'nossa' casa. -Mas só ás vezes - murmurei.

Bati palmas e ri-me sentindo-me um parvo.
-Uma antipática que se admite. Isto é um grande começo para uma grande simpatia. - ri-me levando as mãos aos meus bolsos e tirando a carteira. Não podia esperar mais, já tinha deixado passar muito tempo. Tirei o comprimido da carteira e suspirei engolindo-o. Fiz uma careta detestava tomar aquilo sem qualquer tipo de liquido.

-Hmm...talvez, depende da pessoa que está comigo.- soltei uma gargalhada.
-Toma - tirei da minha mala uma garrafa de água ainda não aberta e dei-lhe para as mãos - É nova, podes beber.

Continuei a fazer aquela cara estupida e bebi meia garrafa.
-Nem que fosse velha, eu bebi-a na mesma - ri-me e olhei-a ao assimilar o que ela me tinha dito - quer dizer então que estás simpática por estar comigo? - Perguntei rindo-me - Vá lá, admite que isso foi uma indirecta. - Brinquei.

Hmm...lamento informar-te, não foi uma indirecta. - continuei a ri-me e depois puxei-o para mim de forma a ele tapar-me de um rapaz que ia a passar. Ele era alto e ruivo, tinha ar de ser convencido e uns olhos verdes...eu ODIAVA esse rapaz era a pessoa mais estúpida a face da terra.

-Aposto que foi - disse com ar de convencido e ri-me dando por mim mesmo coladinho a ela. Os nossos narizes tocavam-se e eu só conseguia olhar para os seus lábios chamativos. Quando estava mesmo quase a ter coragem para beija-la...- coragem? Desde quando é que preciso disso? - um rapaz parou ao nosso lado.
-Madeleine - chamou ele, fazendo-me afastar e voltar a olhar para a vista daquele sitio.

-Se estás assim tão desesperado há uma casa de putas para aqui. - pisquei-lhe o olho enquanto me ria.
- Austin! - revirei os olhos e puxei o Thomas mais para mim fazendo parecer que éramos um casal - Olha... eu estou com o meu namorado por isso sai. - ele olhou para mim deu um murro na parede , fitou-nos de forma estranha e virou costas indo embora. Mal ele foi embora desculpei-me e empurrei-o levemente deixando-o em pé.