Maternidade

- Tu também estás... - disse já cansado e fechando os olhos.

- Pois estou...
- Não queres vir para aqui? - sorri e cheguei-me para a ponta da cama que ficava perto do Dean.

Abanei a cabeça afirmativamente e uma enfermeira entrou assim que me levantei.
- Vim buscar o príncipe para ir para a incubadora. Ele nasceu prematuro, apesar de ser um menino forte é sempre melhor fortalecer mais um bocadinho lá. - Dirigiu-se ao Dean e pegou nele ao colo com um baixo 'com licença'
- Claro, nós queremos o melhor para ele. - sorri e acariciei a mão do meu filho já no colo da doutora. Ela retribuiu o sorriso e saiu. Descalcei os sapatos e despi as calças de ganga deitando-me ao lado de Jess. - Fazes de mim o homem mais feliz do mundo Jessica!

Sorri tristemente quando a médica levou o Dean. Não me queria separar dele...
Virei-me para o Ed e aproximei-me bastante dele.
- Tu fazes de mim a mulher mais feliz do mundo. Tu e o pequeno terrorista. -sorri.

- Amo-te. - segredei-lhe ao ouvido e bocejei de novo.
Beijei-a e fechei os olhos voltando a abri-los a custo. Estava extremamente cansado.

Eu também.
Sorri e dei-lhe um beijo no nariz.
Agora vamos dormir que estamos cansados. Sonha comigo e com o Dean. - voltei a sorrir e fechei os olhos.

- Tu também. - soltei uma gargalhada e fechei os olhos não demorando a adormecer.

Sorri quando sai da maternidade.
O Ed levava o Dean na alcofa. Ele era a coisa mais fofa que alguma vez tinha visto, e era tão pequenino...
Tinha uns grandes olhos azuis que ainda não se percebiam se eram cinzentos como os meus ou mesmo azuis como os do Ed, e já tinha uma trunfinha de cabelo escuro como o pai.
Era o bebé mais sossegado que alguma vez tinha visto e apenas chorava quando tinha fome ou tinha feito alguma coisa...
Adorava adormecer no peito do Ed e pegar-me no dedo durante muito tempo.
- Ainda bem que o vamos levar para casa. Ele vai adorar o quarto que o pai lhe fez. - dei a mão ao Ed e entrelacei os nossos dedos - Edwin Spark tu acabas-te o quarto do nosso filho não acabas-te?!
Peguei no telemóvel para mandar uma mensagem à Mia enquanto o fintava.

*Passados um mês e meio*

O mês e meio que restava passou num instante. Estava agora deitada sobre uma cama de hospital, com a minha filha finalmente nos meus braços. Todo o cansaço que sentia era completamente substituído por uma enorme alegria, por finalmente ter a minha princesinha nos braços.
- Tem uma linda menina...- elogiou a enfermeira.
- Obrigada...- sorri.- Sai ao pai, e por falar nisso, onde estáo meu namorado?- perguntei apercebendo-me agora de que Jake nāo estava no quarto.
- Ele teve de sair da sala de partos, para a podermos trazer para aqui, mas vou já chamá-lo, porque ao que parece ele está ansioso por ver as duas princesas...-sorriu.
Apenas assenti sorrindo e observei a enfermeira ir até à porta, fazendo sinal para que Jake entrasse.

Tinha decidido assistir ao parto; cada vez que ouvia a voz do enfermeiro a mandar Chloe fazer força, observava a sua expressão e o suor escorrer-lhe pelo rosto de tanto esforço que fazia.
Observei pegarem em Marie e sorri, ao ver aquele pequeno ser pela primeira vez, soltando um grito e começando a chorar.
Passado alguns segundos fui obrigado a sair da sala e levaram Chloe para um quarto; quando a enfermeira me fez sinal para entrar, encontrei Chloe na cama com Marie ao colo.
- Está a dormir? - sussurrei para Chloe, vendo os olhos da pequena quase fechados.

Jake entrou mal a enfermeira lhe fez sinal.
Aproximou-se da cama e observou a nossa filha, que entrava agora num sono profundo.
- Praticamente...-sussurrei sorrindo, completamente embevecida.- É tāo bonita...- declarei, sentindo uma pequena lágrima escorrer-me pelo rosto. Observar aquele pequeno ser no meu colo e saber que era fruto do meu amor com Jake, fazia-me a mulher mais feliz do mundo.- e tāo pequenina...- sussurrei, acariciando suavemente a sua māo. Sorri ao ver a sua māo reagir ao meu toque, abrindo e fechando novamente os dedos.

Sorri, tocando levemente na testa da pequena Marie.
- Muito, muito pequenina. - considerei.
Puxei a cadeira tentando fazer o mínimo barulho possível e sentei-me, continuando a mirar aquele pequeno ser.
- Quando vão puder ir embora? - inquiri.

Sorri emocionada.
- Nāo sei, mas é questāo de se perguntar à enfermeira...-disse.
Olhei novamente a pequena e direccionei o meu olhar novamente para Jake.
- Esqueceste-te de uma coisa...-fiz cara séria.

Olhei-a.
- Do quê? Dar-te os parabéns? Não o fizeste sozinha... - brinquei.

Marie soltou um pequeno e quase minímo suspiro, a coisa mais fofa que alguma vez tinha ouvido.
-Oiin...-sussurrei. Olhei Jake.- Nāo parvo, quer dizer nāo é propriamente isso, mas caso saibas o que sāo beijos, esqueceste-te de me dar um...-fiz beicinho.

Ri-me e dei-lhe um beijo sobre os lábios.
Olhei Marie:
- Posso pegar? - perguntei a medo.

Sorri.
- É claro que podes, afinal é a tua filha...-declarei. Estiquei-me um pouco de forma a passar Marie para os braços de Jake.- Cuidado com a cabecinha...-avisei.

Revirei os olhos, pegando em Marie com cuidado.
- Ainda me lembro como se pega num bebé, sim? - resmunguei, fazendo uma careta.
Recostei-me na cadeira e olhei Marie, que tinha um olho meio aberto.

Ri-me da careta de Jake.
- Nunca se sabe...-brinquei.
Olhei-os completamente embevecida, este era sem dúvida o melhor dia da minha vida.

Encostei-me bem e dobrei as pernas, pegando cuidadosamente na pequena almofada do berço que se encontrava ao lado da cama de Chloe.
Coloquei-a sobre as pernas dobradas, deitando Marie e colocando a sua cabeça na almofada; mexi-lhe na barriga e olhei Chloe.
- Já lhe deste leite?

Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha e sorri.
- Sim, antes de entrares...-informei.
Recostei-me bem na cama e arranjei as almofadas que estavam atrás de mim.

Assenti e olhei novamente a pequena, ouvindo um pequeno soluço da sua parte.
Ri-me.
- Que fofo!

Ri-me juntamente com Jake.
- Ela é linda...-repeti.- Sai ao pai...-olhei-o.
Eu estava completamente babada.

Olhei-a, mordendo o lábio.
- É mentira. Tem olhos azuis, como nós. E cabelo loiro, como nós.
Encolhi os ombros.
- Sim, ela é linda. Como nós! - brinquei.

Abanei a cabeça fazendo beicinho.
- Não é não, é a mais pura das verdades...-resmunguei.
Ri-me quando ele disse que ela tinha olhos azuis como nós.
- Amor...-olhei-o.- mas ainda não conseguimos ver bem a cor dos olhos...-gargalhei.