Hall de entrada

Assim que cheguei a Londres encaminhei-me para a morada do quarto que tinha alugado. Preferi alugar um quarto na casa de alguém, odiava sentir-me sozinho. Tinha encontrado o contacto da rapariga num jornal, e pareceu-me interessante. Agora ali ainda achei mais, o prédio onde ficava situado parecia ter as melhores instalações. Apressei-me em colocar a bagagem toda no elevador ansioso por ver o meu quarto. Assim que subi o elevador toquei à campainha.

Levantei-me do sofá assim que ouvi a campainha. Felizmente estava vestida, odiava aparecer à frente dos outros de pijama...
Quando abri a porta deparei-me com um rapaz um pouco mais velho que eu e muito giro.
- Hum... olá.

Assim que vi a minha suposta colega de casa sorri para mim. Ela era super gira, isto ia ser lindo.
- Hum.. olá. - disse e estiquei a mão para que ela me desse um 'passou bem'. - Deves ser a Jessica, certo? - disse e sorri-lhe.

Ainda estava a dormir...
De repente lembrei-me. Estiquei a mão para o cumprimentar.
- Desculpa! Sim, sou a Jess. E tu deves ser o Ed. - sorri-lhe.

Gostei da alcunha, sorri a isso.
- Exactamente. - disse ainda à porta. Fica-mos ali por um bom bocado, Jess devia ter acabado de acordar, notava-se pela sua distracção.

Depois de falarmos um pouco ajudei-o com as malas e levei-o até ao seu quarto.
- Pronto - sorri - aqui é o teu quarto.
Apontei para as portas do outro lado do corredor - Ali é o meu quarto e o do meu irmão. Alguma coisa já sabes.- voltei a sorrir - A casa é grande, tens muito para explorar.
Ia a sair quando me lembrei.
- Ah! Regras! Trazer raparigas - olhei para ele de alto a baixo. Tinha a certeza que ia acontecer muito... - por favor que elas não andem em trajes menores pela casa... Cozinhar vai calhar a todos. A casa é toda tua excepto o sótão no andar de cima. Só com autorização. - sorri. Era o meu cantinho, ninguém ia para lá.

Apesar de eu ter insistido em levar as coisas sozinho, Jess não deixou e ajudou-me.
- Obrigada. - disse assim que ela me indicou o meu quarto. Jess explicou tudo tão rápido que fiquei sem perceber onde era o quê, mas decidi não fazer figura de parvo e deixei para lá, havia de dar com as coisas.- Eu desenrasco-me deixa lá.-sorri.
Quando ela me falou de raparigas contive um sorriso. - Descansa que quanto a raparigas não devem cá vir muitas, e adoro cozinhar! - disse entusiasmado. - Acho que é suficiente para mim... - brinquei a respeito de não poder ir ao andar de cima.

Voltámos para casa.
Senti-me um pouco mal por deixá-la no Central Park sozinha com os paramédicos.
- Para ela tu não és ex-namorado... - encostei-me ao móvel do hall - Ed, ela diz que voltou para Londres por causa de ti....

Pousei as minhas mãos nos ombros de Jess.
- Mas para mim ela é mais que minha ex namorada Jess, tu não sabes o que eu já passei com esta miúda! Ela persegue-me! - disse de olhos arregalados.

Encostei-me a ele.
- Então não há a mínima hipotese de que tu e ela... sei lá...?

Revirei os olhos e contive um sorriso. Rodeia com os meus braços e levantei o seu queixo para que ela olhasse para mim.
- Neste momento, nada nem ninguém me separa de ti Jessica McRieve. - sorri e colei os nossos lábios.

Sorri e dei-lhe um soco no peito.
- Pensando melhor... o que é que viste naquela rapariga? A sério Edwin Spark, pensava que os teus gostos eram um bocadinho melhores a julgar pela tua namorada... afinal ela não tem só influências negativas! - deitei a língua de fora.

- Como tu mudas de opinião de repente! - disse entre gargalhadas. - Mas sim, tens razão é de depois de tantas coisas más já não consigo ver os seus lados positivos, como por exemplo o facto de ela até ser bonitinha... - encolhi os ombros.

- Tens tanta graça! - dei-lhe outro soco no braço.
Aproximei-o e juntei os nossos lábios.

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Tinhamos ido ao hospital ver como estava o bebé. Dei uma gargalhada.
- As mães têm sempre razão! - estava sempre a gozar com ele.
Sentei-me no sofá com cuidado e alguma dificuldade devido à barriga.

2 anos depois

Tinha vindo do funeral e continuava sem acreditar. Como é que eles tinham morrido? Como é que os meus melhores amigos tinham morrido?
Ajeitei o Dean no meu colo e entrei em casa.
-Mamã. - chamou ele -O tio Tom e a tia Marie estão com os anjinhos? - perguntou alheio ao verdadeiro significado da palavra morte.
Sorri ligeiramente e dei-lhe um beijo na testa.
-Sim, amorzinho. Agora sempre que quisermos falar com eles temos de olhar para as estrelas.

Duas das poucas pessoas que conhecia aqui em Londres tinham morrido, dos quais eram os melhores amigos de Jess que continuava sem acreditar no sucedido. Escutei a conversa do nosso filho e da sua mãe atento e sem saber o que dizer. Caminhei até eles e coloquei o braço na cintura de Jess puxando-a mais para mim para a reconfortar.
- Pequenino, um dia iremos ter com eles, não te preocupes que eles estarão sempre contigo e iram realizar todos os teus desejos. - Beijei a sua testa e a de Jess.

-Sim? - perguntou o pequeno desconfiado.
- Sim. - disse-lhe sorrindo. Coloquei-o no chão e ele foi logo pegar nos bonecos que se encontravam espalhados e começou a passear pela casa.
Virei-me para o Ed e baixei o olhar.
-Como é que eles podem ter morrido? A Mia agora está sozinha com a Hanna e o Lucas deve estar devastado...

Sorri a Dean quando o vi a pegar nos super heróis que lhe tínhamos oferecido no aniversário passado
- Amor, eles não escolheram, e tens de pensar que estão num lugar melhor a zelar por nós.. - levantei o seu queixo fazendo-a olhar para mim e retirei-lhe a mexa de cabelo que tendia em tapar-lhe o rosto.

-Eu sei que não... - disse olhando-o nos olhos -Mas é tão injusto... Eles eram tão novos e o Tom tinha a Mia e a Hanna e a Marie e o Lucas estavam a pensar em começar a sua família... - desviei o olhar chateada com a vida e o mundo -É tão injusto!

- É muito injusto amor, eu sei.. mas vai correr tudo bem e vai tudo acabar no melhor que puder. - puxei-a para mim e envolvi o seu corpo delicado num abraço reconfortante.

Encostei a cabeça no peito dele. Olhei para o Dean que corria com um super homem na mão.
- Ainda bem que ele e a Hanna ainda são tão novos... pelo menos arranjam maneira de passar por tudo isto....

Afaguei o seu cabelo e dei-lhe um beijo na cabeça.
- Sim, tens razão mas infelizmente iram passar por situações semelhantes ao longo da vida.. é assim, coisas boas e coisas más que embora más nos tornam mais fortes..

Sorri.
-És uma seca quando tens razão e quando te pões todo doutor.
Beijei-o e voltei a encostar-me a ele vendo o Dean a brincar.
-Ele está tão parecido contigo. - sorri.

Dei um meio sorriso também.
- Tens de admitir que eu tenho sempre razão.. - gozei para aliviar o ambiente.
Retribui ao beijo e segui o seu olhar vendo o nosso pequeno superman.
- Também está parecido contigo amor