Rua

Sorri para ele e abracei-o mais apertando-o contra mim. - Talvez até queria - sorri para ele e aproximei a minha boca ao seu ouvido -o que está a acontecer?-perguntei e baixei o olhar .

- Tu é que tens de responder a isso. Eu fui o primeiro a fazer essa pergunta.
Comecei a passear os dedos pelo braço dela.

-Eu falo por mim... tu não me estás a ser indiferente. E ... nós deveríamos nos comportar como irmãos que se odiam nao como uns que se beijam a toda a hora.-olhei -o nos olhos.

Sorri maliciosamente.
- Isso quer dizer que me vais beijar a toda a hora?
- Sim... tu deixas-te de ser a chata mimada para ser... diferente...

-Não, significa que vamos ter de parar de nos comportar assim. Por muito que ...eu não queria. - suspirei - Se os nossos pais descobrem que alguma vez nos... beijamos eles mandam-nos para sitios diferentes, e eu peguei-me muito a ti.

- Tudo bem então...
Parei o que estava a fazer no braço dela.
- A partir de agora vamos ser só irmãos... - sorri forçadamente.

Olhei para ele suspirando e voltei o meu olhar para a janela - Já parou de chover, vamos embora.-mal disse isso levantei-me do sofá e ajeitei a minha roupa. Peguei nas chaves do carro e esperei por ele para irmos.

Levantei-me seguindo-a.
- Aquele restaurante é horrivel e passamos a vida lá... - resmunguei quando entrei no carro dela.

Suspirei - Tens razão.- olhei para ele por longos segundos e arranquei a alta velocidade para o restaurante. O caminho ainda era longo e vagaroso, demorávamos umas duas horas a chegar lá. Eram 11 da manhã, chegava-mos lá ainda a tempo...acho. Ia para mudar de estação de rádio e sem querer toquei na sua mão dando-lhe uma festa rapida, tirei logo a mão de cima dele pois tinha sido um acto completamente inconsciente.

Tossi em seco.
- Pode nos custar muito mas é o melhor que temos a fazer... Se os nossos pais sabem do que aconteceu mandam-me para casa da minha mãe. Depois nunca mais nos vemos...

-Não é o que sempre quisestes? - ripostei. Parei o carro numa rua sem saída e olhei para ele. -Desculpa, a culpa é minha...eu devia ter ficado longe de ti e nunca assim. Eu não quero sentir nada por ti a nao se ódio, mas isto está-se a tornar completamente impossível. -suspirei e olhei-o nos olhos tirando o cinto para ficar mais a vontade.

Ela parou o carro.
- E pronto! Temos a menina mimada de volta! - desapertei o cinto e sai do carro fechando a porta com força.
- É sempre a pensar em ti! Tu não queres isto, tu não consegues aquilo! E eu?! O que eu quero ou o que eu penso não interessa? - dei um pontapé a uma pedra.
- Sabes que mais? Esquece! Nem sem como é que 'começámos' alguma coisa! E tens razão! Ir para casa da minha mãe foi o que sempre quis! Por isso vai ter com eles ao restaurante porque eu estou farto desta merda! Adeus! Espero que sejas muito feliz!
Virei-lhe as costas e comecei a caminhar de volta a casa. Estava a duas horas de casa de carro e começou a chover novamente, que bom!

Saí do carro ouvindo tudo o que ele tinha para dizer, mal virou costas fui atrás dele. Puxei-o contra mim beijando-o de forma completamente apaixonada. - Fica sabendo que a menina mimada gosta de ti- ripostei virando as costas e indo para o carro. Sentei-me no lugar do condutor e deixei as lagrimas se misturarem com as gotas chuva que tinham percorrido o meu corpo todo, pousei a minha cabeça no condutor e comecei a corar de forma violenta, nunca na minha vida tinha dito isto a ninguem com tanta certeza.

Wtf?
Vi-a voltar para o carro depois de me beijar. Por favor!
Dei um pontapé num candeeiro e ficou-me a doer um bocado o pé. A sério?
Caminhei até ao carro e a abri a porta do condutor puxando-a para fora.
Encostei-a ao carro e encostei-me a ela.
- Deus Ely... eu também gosto muito de ti... - sussurrei-lhe ao ouvido.

Olhei-o nos olhos,o espaço entre nós era nulo o que me fazia ficar nervosa. Sorri de forma aberta para ele e aproximei-me da sua cara atacando os seus lábios de forma calma.- Está a chover Samuel.- murmurei.

Dei uma gargalhada.
- Já estamos pouco molhados!
Aproximei a minha boca do pescoço dela e fiz-lhe um chupão.

Gargalhei e mal ele me fez um chupão olhei-o nos olhos e dei-lhe um beijo suave nos lábios..-Queres ir para casa?-perguntei olhando-o nos olhos. -Não tenho fome.-murmurei de forma mais baixa que o próprio murmúrio.

- Estamos a duas horas de casa... mas sim... eu amo vir aqui! - disse irónico.

-Então...ahmm... escolhe um sitio que eu conduzo.-sorri.

- Linda... - sorri-lhe. A sério? Linda?! - Tu é que conheces a zona.

-Vá..ahmm, anda ... ao rio, é o sitio mais perto.-sorri e entrei no carro esperando por ele, liguei o carro e mal ele entrou dirigi de forma apressada para o nosso destino.

Tive que tentar o equilibrio quando ele me levou da mesa sem mais nem menos.
Ele tinha-me dado a mão... wtf?
- Já disse que não tenho nada para te dizer... E não vou contar a minha vida a um estranho...

Aproximei-me dela.
-Não sou nenhum estranho. Já não. - aumentei o meu tom de voz - E parece que sou o teu único amigo.

Bufei.
- Desculpa?! Conhecemo-nos à dez minutos e achas que me conheces? - espetei-lhe o dedo indicador no peito - Não conheces! Não sabes nada sobre mim!

Agarrei-a pelos braços, impedindo-a de se mover.
-Posso descobrir! - afirmei, tendo a certeza absoluta do que estava a dizer.