Cozinha

- Sim, a doutora Brayce está envergonhada! - Disse tapando a cara com as mãos e sorrindo tipo criança. Olhei em redor e sorri com a cara dele. - Eu cozinho algo para comer, também queres? - Questionei beijando-lhe o peito nu.

- Eu sei que és mesmo um desastre mas eu como estou com fome faço o jeitinho. - Ri-me caminhando até ao frigorífico e tirando de lá uns ovos e um bocado de fiambre. Dos armários tirei tudo o que precisava e meti na bancada. - Bate-me esses dois ovos Bryan, se faz favor. - Pedi lavando as minhas mãos e pegando no fiambre para cortar os bocados.

- Achas? - Questionei olhando-o com um ar tarado enquanto metia os ovos na frigideira. Ri-me silenciosamente e descalcei os meus saltos num modo sedutor sem o olhar e mexendo as ancas apenas.

- Estás a provocar-me parvinho, queres o quê? - Questionei num tom mimado enquanto mexia os ovos bastante tensa por o ter atrás de mim. - Se os ovos queimarem vais comê-los assim Bryan McDonell. - Avisei dando-lhe uma leve cotovelada na barriga. Ele riu-se e eu acabei por desligar o fogão virando-me de repente para ele. - Onde vais passar o Natal? - Interroguei num tom curioso. Esta quadra nunca tinha sido importante para mim, na verdade, nunca tinha passado um Natal em família como é habitual em Londres, preferia ficar em casa a ver filmes deprimentes com o Scooby e chorar até aqueles dois dias passarem. A verdade é que agora não estava sozinha, tinha-o a ele e aos meus pais e pela primeira vez na vida sonhava agora com um Natal à séria. - Gostava de passar contigo e com os meus pais ou contigo e com mais alguém… - Disse mordendo o lábio envergonhada.

- Gostavas de passar com os teus putos como dizes não é? - Questionei abraçando-lhe a cintura e olhando-o nos olhos de modo a procurar alguma resposta neles. - Se quiseres podemos juntar-nos todos, mesmo com o teu irmão e assim… - Propus encolhendo levemente os ombros.

- Não quero propriamente ver a cara do teu irmão todos os dias mas sei que as crianças querem sempre estar com nos adultos e pelo que me falas das tuas irmãs, elas gostam de ambos. Com certeza que querem passar esta quadra com vocês os dois juntos! - Expliquei afagando-lhe os cabelos loiros. - Tu é que sabes Bryan… - Acabei por dizer encolhendo levemente os olhos.

- Vamos! - Ri-me a agarrei nos pratos seguindo com ele para a mesa. - O que queres beber? - Questionei soltando-me dele para voltar atrás de maneira a levar os ovos para a mesa. Caminhei aos saltinhos até ao frigorífico e abri o mesmo. - Sumo, água, cerveja… - Olhei-o à espera de resposta.

- Não sei mas gostava que desse… - Disse engolindo o bocado de ovo que tinha na boca. - Podíamos ir falar com ele hoje de tarde e assim aproveitávamos para dar uma volta pelas lojas…estou a precisar de roupa. - Disse fazendo um ar angelical típico de mulher que adorava ir às compras.

Ri-me coma sua expressão e bati palminhas como uma criança mimada perante ma enorme loja de guloseimas. - Eu amo gastar dinheiro. A primeira coisa que fiz quando ganhei o Euro milhões foi pagar os meus estudos e comprar aquela casa enorme. Claro que ganhava sempre alguma coisa com a droga mas maior parte do que tenho foi da minha sorte. - Ri-me ao lembrar-me do dia em que soube que tinha ganho o primeiro prémio.

- Ganhei! - Exclamei com um sorriso enorme. - Eu estava toda pedrada, foi um dia depois de sair da universidade e encontrei um boletim no chão. Fiquei a olhar para aquilo feita estúpida mas decidi ir comprar um e fazer. Depois à noite, eu tinha escrito os números na mão e de noite quando aquilo deu na Tv eu a ver os meus números a aparecer e pronto. Passei-me! - Ri mordendo-lhe a bochecha. - Sou podre de rica e boa já viste? - Disse num tom convencido.

- Ah claro! E eu vou toda tapada porque o outro é um tarado. - Rabujei num tom mimado enquanto vasculhava as prateleiras do armário. - Olha, vai esta saia e esta camisola e já gozam! - Exclamei tirando as duas peças de roupa do armário. Despi a pouca que ainda envergava e troquei-me. - Não me deitaste fora as maquilhagens que cá deixei pois não? - Questionei olhando-o.

- Bryan eu não sou nenhuma boneca que se enche da base, vou por apenas a sombra nos olhos. - Protestei agarrando na minha bolsa toda entusiasmada. - E não vamos só falar com o Félix, vamos às compras. - Apontei-lhe o dedo e seguidamente retirei da minha bolsa o lápis e a sombra preta. - Sabes o que gostava mesmo de ir fazer…? - Deixei escapar olhando-me através do espelho.