Cozinha + Sala de Jantar

Entrei na cozinha e, com um suspiro, dirigi-me à dispensa e peguei na comida de Dolly, enchendo-lhe a taça.
Lavei as mãos e comecei a preparar algo para comer; enquanto aguardava que a massa estivesse pronta, apoiei a cabeça nas mãos e fechei os olhos.
- Tu consegues... - murmurei a mim mesmo. - Não te vais meter novamente naquilo!

Segui-o até à cozinha sem ele perceber. Não queria ser muito chata, mas não tinha muito mais que fazer e de certeza que ele também não. Parei à porta, olhando para tudo. Ainda me estáva a habituar... ouvi-o a murmurar umas coisas.
-Aquilo o quê? - perguntei, franzido o sobrolho. Mais drogas não, por amor de deus..

Ouvi uma voz e estremeci.
- Porra. Assustaste-me.
Não respondi; virei-me novamente para o fogão e vi que a massa já estava pronta.

Engoli a seco.
-Aquilo o quê? - repeti, aproximando-me dele, seriamente. Baixei o olhar e encostei-me ao balcão, suspirando. Vim para Londres para fugir às drogas, não para começar a traficá-las... pensei para mim

Rugi.
- São coisas minhas, porra! - resmunguei.
Desliguei o fogão e pus massa num prato, peguei nos talheres e numa lata de sumo e sentei-me à mesa.
- Se quiseres tira.

Estremeci e voltei à porta.
-Não obrigada. - murmurei, irritada. Ok, talvez ele tivesse um bocadinho de razão mas... ok ele tinha razão, eu era demasiado cuscuvilheira.. mas não deixava de estár irritada. - Acho que .. vou d.. - olhei para o relógio, ainda era cedo para me ir deitar - Vou dar uma volta... - beber pensei para mim mesma - Queres vir? - ergui a cabeça

Olhei-a com o sobrolho erguido.
- Não... - disse, com um tom de voz um pouco estranho.
Acabei de comer e arrumei as coisas.

Verifiquei se tinha as chaves e abri a porta, sentindo um arrepio de frio a passar por mim. Fechei o casaco.
-Ok.. até... logo?! - despedi-me, meio tom de pergunta meio tom de afirmação. Fechei a porta sem ouvir resposta e saí, procurando o primeiro bar ou discoteca que houvesse.

Assenti simplesmente.
Acabei o que estava a fazer e saí da cozinha...

Lembrei-me que me tinha esquecido da tartaruga a meio das escadas e voltei ao quarto, dando-lhe de comer. Voltei a descer as escadas e procurei comida e pratos. Descobri ingredientes suficientes para panquecas, por isso agarrei em mim e fiz, colocando-os num prato. Tirei um para mim e sentei-me ao balcão, deliciando, juntamente com uma chávena de chá.

Entrei na casinha com a mão a sacudir o cabelo húmido.
- Hm... Bom dia?! - inquiri, dirigindo-me até ao frigorífico.

Olhei para ele e voltei a dirigir o olhar à comida, levando uma garfada à boca.
-Bom dia. - respondi - Espero que não te importes... - murmurei e pousei os meus talheres, olhando novamente para ele.

- Não, na boa. - acabei por responder quando reparei ao que se referia.
Coloquei comida a Dolly quando me saltou para as pernas.
- Vá, vai comer... - disse para a cadela.
Lavei as mãos e peguei no que preparava, sentando-me à mesa.

Levantei-me e passei por água a loiça, colocando-a na máquina de lavar: era grande, uma coisa que nunca tinha tido no meu apartamento em Irlanda. Quando acabei, fechei a máquina, programei-a e encostei-me ao balcão, instalando-se um silêncio constrangedor em que só se ouvia os talheres de Steven.

Continuei a comer e quando acabei lavei a loiça e arrumei-a; passei por Dolly que se encostou às minhas pernas e fiz-lhe festinhas, baixando-me à sua medida.
- óh pequena... - sussurrei junto à sua orelha.

Quando dei por mim estáva a sorrir, adorava cães. Voltei à minha cara de anti-social e dirigi-me até à porta.
-Ela é uma boa 'pessoa'. - lisonjeei - Agora, anda conhecer a minha apple. - convidei, começando a subir as escadas em direcção ao meu quarto.

Segui-a até à cozinha.
- Continua a beber. Estás a fazer algo muito melhor, sem dúvida. - ironizei.
Enchi um copo com água e dirigi-me à sala.

Ignorei-o e bebi mais um pouco, seguindo-o.
-Acho que acabou a diversão. - murmurei, começando a subir as escadas.

Steven abriu um armário e entregou-me um biberão com ar de velho. Passei-o por água para que parecesse um pouco mais novo e enchi-o de leite, de seguida colocando-o no microondas. Sentei a Sophia numa cadeirinha de bebé e quando o leite saiu derramei um pouco para a minha mão para ter a certeza que não estava quente nem frio demais.
-Aqui está - disse com uma voz fofinha, dando leite à pequenina

Fiquei a observar Sophie; quando reparei que o fazia, abanei a cabeça, desviando o olhar.
Virei-me para o armário.
- Queres comer alguma coisa?

Abanei a cabeça, recusando. Quando Sophia terminou o leite, passei-o por água e coloquei-o dentro da máquina de lavar. De seguida, sentei-me numa das cadeiras.
-Achas que eles cairam? - perguntei, quebrando o silêncio

Entalei-me com a bolacha assim que fez aquela pergunta.
- Não sei. - respondi um pouco depois. - Talvez sim, visto que não pararam de nos seguir!

Acenei a cabeça em busca de um tema, aquele silêncio era constrangedor.
-Então... foi uma experiência interessante. - acabei por me lembrar

Continuei a comer a bolacha, olhando-a de forma atrevida com a sua pergunta.
- Ainda não foi lá muito, sinceramente. - provoquei, olhando-a de alto a baixo e abanando a cabeça.