Cozinha

- Sim amor, o que queres comer? - Questionei abrindo o frigorifico e olhando para as coisas que ele tinha lá posto. - Não há muita coisa. - Constatei olhando para o computador de bordo da casa. - Isto dá tanto jeito! - Exclamei aproximando-me da parede onde aquilo estava inserido e começando a vasculhar o que ali dizia. - Aqui diz basicamente tudo o que precisamos de inessencial e se quisermos metemos as quantidades que isto vai directamente para o supermercado local e depois vêem cá trazer-nos. - Olhei-o.

- Está bem, vou só encomendar já as coisas e faço rapidinho. - Sorri e encomendei tudo aquilo que ali destacava como necessário. Após encomendar tudo, comecei por tirar alguns ingredientes que ali haviam para a massa mesmo improvisada. - Achas que encomende os doces ou faço? - Olhei-o.

- Finalmente oiço uma grande iniciativa da tua parte em cozinharmos juntos. - Ri-me divertida e levei um tacho com água e sal ao lume. - A sério, só tu para me fazeres rir. - Neguei com a cabeça beijando-o a seguir e comecei a cortar alguns legumes para saltear.

- Eu estou feliz Bryan…mais do que possas imaginar mas… - Fiz uma pausa e suspirei enquanto me virava para ele. - Foram duas semanas numa correria total, só stress para estarmos hoje aqui. Não estou habituada a tantos dias sem dormir direito e penso que isso se reflecte no meu estado emocional e um pouco vital. - Suspirei. - Mas eu estou muito feliz…tenho o homem da minha vida ao meu lado. Na nossa casa! - Exclamei encostando o meu nariz ao dele.

- Isso era muito bom! - Disse beijando-o e abraçando a sua cintura com os meus braços. - Mas provavelmente poderá ser só para a páscoa, agora começam os outros a irem e as nossas duas semanas já esgotaram. - Ri-me suspirando levemente. - Mas agora, vamos despachar-nos para termos tudo pronto antes daqueles dois chegarem. - Revirei os olhos.

- Eu marquei às oito e meia, odeio atrasos Bryan. - Disse cortando o resto dos legumes e pondo-os na Wok. Quando o almoço estava pronto, fui chamar as crianças e almoçamos calmamente entre muitas risadas pois Mel agora só gritava ‘sim’ com um entusiasmo que dava mesmo gozo ver. Quando todos terminamos a refeição, as crianças foram para o quarto dos brinquedos de novo e nós tratamos de começar por fazer os bolos. - Eu espero que isto saia bem. - Comentei começando a amaçar a massa dos sonhos.

- Olhe, podias começar a fritar esses salgados ali na máquina. É fácil! - Disse virando a cara para ele e beijando-o. - E por favor não os queimes Bryan. - Pedi rindo-me e virando-me de novo para a massa dos sonhos. - Sabes se a outra pindérica gosta de bacalhau? - Questionei começando a meter pequenas bolas com as colheres na frigideira para aquilo fritar.

- Bryan! - Guinchei começando a rir-me bastante com aquele comentário. - Eu não faço as bolas…amh…brinco com elas. - Fiz ar de anjinho e sorri alegremente enquanto virava os sonhos para fritarem do outro lado. - Eu sei que não a conheces e não vais conhecer se depender de mim. - Revirei os olhos e fiz um ar enciumado e meio fulo.

- Bryan eu falei com ela, disse-lhe aquilo que ela devia ouvir. Se não entendeu como tréguas então que se vá foder! - Encolhi os ombros e bufei. Não ia ser uma pessoa super querida e amorosa para a Amanda só para manter as aparências quando nunca fui uma pessoa querida. - Ela que se habitue porque comigo não faz farinha. - Avisei colocando os sonhos num prato com papel absorvente.

- Bryan eu já te disse que não lhe vou dirigir a palavra. Ela para mim vai ser uma jarra horrível num armário, fica mal mas olha, que se lixe! - Voltei a meter mais massa na frigideira. - Eu amo estes miúdos e vou fazer de tudo para que tenham uma boa vida, sem problemas familiares. - Garanti e sorri. Durante toda a tarde andamos a fazer os doces de natal e não querendo ser convencida, eu era uma excelente cozinheira. Após arrumarmos a cozinha e metermos o jantar a fazer lentamente, fomos preparar os miúdos. - Já estão todos, andor para a sala brincar. - Ri e eles foram os três para a sala. Mel gritava animada atrás dos irmãos que corriam pela casa entre gargalhadas entusiasmadas.