Hospital

-Tu és forte e eu admito-te por isso - repeti o que ela disse mas para ela. Ouvi alguém bater à porta e depois entrar. Sentei-me novamente na cadeira apesar de me ter custado afastar-me de Mad e olhei o médico maluco que me tinha dito o que se passava.

Mal o médico entrou perguntou-me se me doia alguma coisa, disse-lhe que não. Ele assentiu e saiu sem me responder se podia ir já embora.
Bufei virando-me para o lado.

-Que raio de médico - revirei os olhos e voltei para o lado dela. - Tens a certeza que não te doí nada? - perguntei olhando-a.

-Sim. - olhei para ele e depois suspirei. Era estranho...ele...provoca reacções estranhas em mim, querendo-me abraçá-lo, e... e... mais nada! E MENTIRA! EU ESTOU A DAR EM DOIDA, É O QUE É!

-Só não quero que a magricela fique com dores - disse ouvindo um trovão bem forte e rindo. - nem com medo - sussurrei apertando-a com força contra mim.

-Oh meu deus, trovões não!-abracei-me com ele com força, mal se ouviu outro grunhi de medo.

Ri-me com a sua reacção e não resisti em dar-lhe um beijo na testa.
-Eles não te faze mal Mad. Eu prometo. - sorri. Ela olhou para mim e eu como sou parvo aproximei a minha face da dela e beijei os seus lábios com cuidado.

Comecei a beijá-lo de forma calma e deixando saborear cada momento. -Sabes lá tu! O trovão pode...pode...-ataquei os seus lábios sem sequer acabar a frase.

-Fazem disto - ri-me separando os nossos lábios apenas por alguns momentos e voltando a junta-los. Aquela miúda era confusa, tão confusa que só me atraia ainda mais. O que agora, já nem sabia se era bom ou era mau.

-Então acho que gosto de trovões - ri-me e deitei a minha cabeça no seu peito largando um suspiro. -Estás arrependido? -perguntei sem olhar para ele e fitando o chão, referia-me ao dia de ontem...não sei, mas sinto-me feliz de ter perdido com ele...

Que mania que ela tinha de não me olhar. Suspirei pesadamente e dei-lhe leves caricias nos cabelos.
-Se estivesse achas que estava aqui? - Perguntei.

Passei a minha mão pelos seu cabelos e olhei para ele sorrindo. O meu olhar presenciou á falta de luz, perante todo o hospital de seguido a um trovão. - Hey! - grunhi de medo agarrando-me mais a ele - Oh não!- resmunguei.

Desta vez suspirei ao não ver nada a não ser apenas reflexos de Mad.
-Isto vai causar problemas - disse baixinho fazendo um mini massagem nas costas de Mad enquanto ela estava virada para mim.

-Tens razão - murmurei.-Agora era uma boa altura para fugirmos daqui, o que te parece?-soltei uma gargalhada olhando para ele com beicinho.

Olhei para aquele beicinho apetitoso e abanei a cabeça.
-Nem penses, só amanhã - ri-me - hoje nem te deves aguentar em pé.

-Ohh, não se faz nada - mal me quis levantei grunhi de dor, mas como era teimosa sentei-me na cama ao lado dele.

-És mesmo casmurra - resmunguei ajudando-a a sentar-se e endireitando-me na cama. Mais uma vez a porta abriu-se e o médico entrou olhando para nós.
-Pedimos desculpa, mas houve um apagão na cidade - disse suspirando - pedimos que compreendam a situação. - Levantei a sobrancelha. Porque é que os médicos quando se tratava de alguém famoso apaparicavam-na sempre melhor que aos outros?
-Nós compreendemos, pode ir - tratei-o como um empregado para ver como reagia e ele assentiu tal como um dirigindo-se à porta e parando.
-O jantar está quase a ser servido. Também trarei para si senhor Sanders - Só não mandei aquele médico bugiar porque não queria perder a minha reputação de bom com os meus fãs, caso contrário ele não escapava à minha má disposição. Senhor Sander? Really?
-Não precisa, adeus - despaxei-o e ele saiu.

Vamos sair daqui - pedi - OH VAIS COMER SIM!- ralhei com ele de forma serena e depois olhei-o nos olhos deixando-me estar assim por um bom bocado.

Levantei-me continuando a olha-la e dei-lhe um sorriso maluco. Só fazia o que ela fazia por ter odiado o médico. Agarrei nela assim como no cobertor mais quente e com cuidado dei-lhe um beijo para lhe tirar o soro pois podia fazê-la sentir zonza. - Contente? - Perguntei - Só estou a fazer isto porque és uma doente em estado terminal - apesar de ser um assunto sério tratei-o como se fosse uma brincadeira, porque se não havia nada a fazer, porque é que eu e ela não podíamos tirar proveito daquilo? Abri a porta com cuidado e vi que o corredor estava apenas com pessoas a dormirem e outras a chorarem. Que deprimência.

-Yey! - abracei-me a ele dando-lhe um beijo - obrigada.- sorri.
Começamos a andar em direcção á nossa rua que ficava mesmo por detrás dessa , antes de continuarmos a andar puxei-o para mim, mas como me lembrei que ele era famoso larguei-o, não queria causar-lhe problemas.

Quando ela me largou eu fiz uma cara de chateado e voltei a puxa-la par ao meu lado.
-Estás quentinha - resmunguei e avistei a nossa casa. - finalmente - sorri e voltei a pegar nela andando a um passo acelerado até à porta.

Mal me levaram para dentro, deitaram-me numa maca e levaram-me para o bloco operatório.
(...)
Sentia-me zonza, e e acordei cheia de dores na nuca.Olhei em volta sem ver Thomas e instintivamente comecei a chorar. Mal fiz força com a cabeça senti uns barulhos das maquinas a apitarem e enfermeiros á minha volta. Os meus olhos fecharam lentamente e vi as pessoas a desaparecer de volta de mim entrando numa escuridão profunda.

Fui apenas comer alguma coisa, apenas isso mas mal cheguei ao quarto de Mad vi só médicos e enfermeiros à volta dela. Entrei no quarto com os olhos arregalados e as minhas mãos a tremer e um enfermeiro encostou-me à porta impedindo de avançar.
-Largue-me - disse baixinho e num tom consideravelmente educado mas ele não o fez - Largue-me - gritei empurrando-o e indo ter com Mad agarrando-lhe na mão e vendo os médicos guardarem o material.
-Não era preciso entrar em histerismo, ela já está estável. Não sabemos é por quanto tempo. - disse-me um médico que era sem duvida melhor que o ultimo. Assenti e sentei-me baixando a cabeça até à sua mão enquanto ouvia todos a saírem. Deixei-me estar assim não sei quanto tempo até que adormeci.

Senti um arrepio a percorrer o meu corpo e acordei abrindo os olhos. Senti uma mão na minha a agarrar-me senti logo aquele toque familiar que me fez sorrir.
Senti-me a ver as coisas com umas cores mais vivas, tinha mais força no meu corpo e estranhamente pela primeira vez na minha vida conseguia distinguir o azul do verde. Sorri.
Suspirei o seu aroma, ainda me sentia fraca mas mesmo assim sentia-me bem. Sorri para ele e abanei-o ligeiramente.

Estremeci saltando e olhei para todos os lados.
-O que é que se passa? Ela est... - olhei para Mad e suspirei vendo-a bem. Levantei-me e debrucei-me sobre ela para a abraçar - Magricelas - disse fechando os olhos. - Estás acordada.