Exterior

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-Calma? - Perguntei-lhe exaltado - o meu pai matou-se à frente dele e a minha mãe não fez nada. Só soube incutir merdas na cabeça dos mais novos. E eu vi! Eu encontrei-o perto da arma e com sangue por todo o lado. Era tipo uma cópia, como se fosse eu a estar lá, mas não era. - Parei e levei as mãos à cabeça respirando fundo - eu culpei-o durante onze anos e é por causa dessa culpa que todos depositámos nele, ele está assim - dizia enquanto aumentava cada vez mais o meu tom de voz. Virei as costas com as mãos a taparem os olhos com força e continuei a andar paraa frente. - Ainda por cima a porcaria da doença é transmissivel de pai para filho.

Abanei a cabeça.
-Eu não consigo vê-lo agora - admiti deixando cair a minha cabeça no ombro de Brayce e agarrando-a. - O meu irmão - avisei - não sabes quem é - neguei com a cabeça -tem dez anos e se ele tiver esquizófrenia? E o Axl - olhei com as minhas mãos nos seus ombros e abanando-a ligeiramente. - ajuda-me.

-Está bem - disse apenas calando-me a olhar para a piscina. - Obrigado - agradeci colocando os pés em cima do banco e colocando as pernas à chinês. - E desculpa - pedi. - pelo trabalho -exclareci.

Olhei para Brayce apercebendo-me de alguma coisa.
-Eu vou ser despedido - disse alarmado endireitando-me e pegando nas suas mãos. - Se o chefe descobre que eu posso vir a ter algum problema mental despede-me. Ainda por cima os outros fazem de tudo para estar no meu lugar. - disse rapidamente enquanto agarrava nas mãos dela. Respirei fundo. Meu deus Bryan, acalma-te antes que ela pense que estás maluco.

Abanei a cabeça como se estivesse a afirmar algo, apesar de sentir que a hipotese de colocarem outro no meu lugar não se descartava, porque eu podia ser muito bom, mas existiam mais médicos assim.
-Okay - assenti mais uma vez - okay. Vamos lanchar... - parei - as crianças?

-Não faz mal - disse vendo o seu tom de preocupação - elas chegaram vivas e felizes durante dois meses enquanto estiveram com eles, por isso um dia não lhes faz mal. Amanhã vamos busca-las. - Aproximei-me dela e beijei-a. - Tenho a melhor namorada do mundo - sorri inclinando-me mais para ela.

-Por acaso sou - sorri pegando na mão dela e levando-a até à cozinha. Sentei-a e sentei-me ao meu lado com frutos à minha frente. Cortei morangos, laranjas, kiwis e maçãs e coloquei tudo numa taça. Espremi uma laranja e coloquei o sumo nas taças. - Tcharan, uma salada de frutas - ri-me abstraindo-me de tudo.

-Pouco? - Perguntei-lhe olhando para a minha taça não tendo a certeza se conseguia comer aquilo tudo. Olhei para ela atentamente vendo-a rir-se a morder o lábio. - Claro que satisfaço.

Gargalhei com o que ela disse e fiquei a olha-la.
-Tu és doida - ri-me levantando-me. Fiz com que ela estivesse sempre a olhar para mim e despi a camisola para depois despir as calças. Descalcei os tenis e vesti o avental dando uma volta enquanto ela me olhava. Comecei a procurar as salsichas e os ovos, já que o bacon estava em cima da mesa. Acendi o grelhador electrico e comecei a fritar ovos. Saltei para cima da bancada e fiquei a olha-la.
-Satisfeita?

Abanei a cabeça.
-Não - ri-me com as ideias que saiam daquela cabeça - é que não mesmo. - olhei para trás e vi que já devia estar tudo pronto. Coloquei tudo nos pratos e abri um pacote de batatas fritas se ela quisesse. - para uma cardiologista este comer é muito mau - olhei para ela como se lhe estivesse a dar um sermão e acabei a sorrir.

-Sou sim - abanei a caneça cortando uma salsicha e dando-lhe um pouco na boca. - sim amor, eu sei que te está apetecer. Ás vezes dá-se uma vontade irresistivel de comer e fazer coisas - abanei a cabeça com um sorriso. - eu percebo.

-Os meus desejos não são sobre comidas, mas percebo - continuei a assentir enquanto me ria e continuei a comer calado enquanto a via a fazer o mesmo. - Estive a pensar e tu é que me podias fazer uma lap dance, ou lá o que tu dizes