Hall de Entrada

Saí do taxi, procurando a morada que me tinham dito ao telefone e quando encontrei o número bati à porta. Só espero que o rapaz seja simpático. pensei, ajeitando o cabelo enquanto esperava que me abrissem a porta.

Caminhei para a porta assim que ouvi um batuque na mesma.
Abri-a, deparando-me com uma rapariga de cabelos castanhos, compridos.
- Hmmm... Olá. - cumprimentei.

Sorri, sem saber bem o que dizer. Estendi a mão para um aperto e comprimentei-o.
-Deves ser o Steven.. Sou a Sophie.. falámos ao telefone.. - mencionei, embaraçada por perceber que ele estáva meio confuso.

- Ah, sim, entra.
Dei-lhe passagem; assim que entrou, fechei a porta e Dolly correu até lá, provavelmente curiosa pelo barulho.
- Vai lá para dentro, Dolly! - ordenei.
Sabia lá se a miúda tinha medo de cães!

Coloquei-me de cócoras, sorrindo e fazendo sinal ao cão para voltar.
-Aww, que fofinho. - murmurei, sorrindo e brincando com ele - Coisa fofa. - disse ao cão, que parecia feliz. Levantei-me e saiu, voltando a olhar para Steven. - Obrigada pela casa... provisória. Assim que encontrar uma que se viva e barata, eu deixo de chatear-te. - ri-me

Observei-a.
- É na boa. - ajudei-a com as malas até ao seu quarto.
- É uma cadela. Chama-se Dolly.

Encolhi os ombros.
- Tanto faz, sinceramente!

Sentei-me nas escadas e olhei para ele enquanto atava o sapato.
-Eu tenho de ir à Universidade fazer a incrição... - fiz um sorriso meio atrapalhado, levantando-me.

Cocei a cabeça, lembrando-me que também o tinha que fazer.
- Pois, eu também. É melhor deixar a Dolly no jardim...
Abri a porta e libertei Dolly, deixando-a correr até à parte detrás da casa; agradeci pela piscina estar vedada porque aquela cadela adorava agua e tinha medo que algo lhe acontecesse.
- Vamos?

Cruzei os braços, de maneira a colocá-los mais aquecidos, e olhei para Steven, saíndo.
-Sim. - disse, simplesmente, já do lado de fora.

(responde na universidade)

Abri a porta, permitindo que entrasse primeiro que eu; quando entrei assobiei para Dolly, que veio a correr.
Fechei a porta assim que ela entrou... Abri a gaveta do pequeno armário e atirei umas chaves a Sophie.
- Estão aí todas... - informei-a.

Quando ele se virou, lembrei-me de olhar de cima a baixo para ele de trás. Senti os meus lábios a esticarem-se para um sorriso, mas retomei aos meus pensamentos 'normais' quando percebi que ele se ia virar. Apanhei as chaves e passei-as, lendo as etiquetas de cada uma. Sala, quarto, armário, garagem... estáva lá tudo. Guardei-as na mala e voltei a olhar para ele. Controla-te. ouvi a minha cabeça. Porque raio tinha ele de ser tão... atraente e eu tão... preversa?!
-Obrigada. - murmurei, retirando o casaco e colocando-o no cabide.

- De nada.
Caminhei até cozinha.

Acabei por voltar a casa, meio irritada. Tirei o casaco e coloquei-o de volta no cabide.
-Voltei.. - murmurei, sarcástica.

Olhei sobre o ombro para Sophie.
- Pois, já somos dois, então. - declarei, abanando a chaves do carro na mão.
Saí e dirigi-me até à garagem.

Ergui a sobrancelha.
-Vais sózinho ou...? - perguntei, embaraçada e indecisa se haveria de segui-lo ou não. Não me apetecia andar sózinha, era um facto.

- Podes vir, se quiseres. - acabei por dizer um minuto ou dois depois.
Chamei Dolly.
A grande cadela branca correu para a porta, abanando a cauda e dirigiu-se para a porta da garagem.
Inteligente.

(Responde na garagem)

Sentei-me no sofá do hall de entrada e ouvi barulhos vindos da porta. Tocaram à campainha mas ignorei.
-Ex-namorado... modelo... bah não interessa! - tentei mudar o assunto, tendo flashes daqueles que podiam ter sido os melhores tempos da minha vida mas que dum dia para o outro mudaram para pesadelos eternos.

Assenti.
- Anda lá para cima, assim não ouvem.
Dirigi-me rapidamente à cozinha onde retirei cereais e sumos; peguei também em duas sandes e subi.
(quarto dele)

Sophie. Sophie. Sophie.
- Pára com isso. - gritei para mim mesmo, enquanto via Dolly correr para a cozinha.
Subi as escadas, furioso comigo mesmo e entrei no meu quarto, batendo com a porta.
- Steven, ou páras com isso ou mato-te. - ri-me sarcasticamente. - Logo, suicido-me. Mas que estupidez.
Tirei a roupa, ficando de boxers. Olhei o espelho.
- Steven, tu estás completamente maluco. Dorme que o teu mal é sono!

Fui ligando para a babysitter enquanto descia as escadas; ela apareceu um pouco depois e demos-lhe todas as indicações.
- Onde queres ir?

Saí de casa e comecei logo a sentir flashes na minha cara e perguntas sobre a noite passada.
-Onde quiseres. - sorri, estendendo-lhe a mão como resposta aos paparazzi.

Entramos em casa e encontramos logo a ama com a pequena Sophia ao colo, a chorar.
- Ainda bem que chegaram. Ela não tem parado de chorar...
Peguei na pequena, que se aninhou no meu colo, parando de soluçar aos poucos.
- Obrigado por ter vindo, mais uma vez.
- Ora essa, Stev. Já sabes que estou aqui para a família.
Sorri e paguei o que era preciso, vendo a mulher ir-se embora.

Tirei Soph do colo de Stev e tentei acalmá-la mas ela ainda soluçava.
-O que se passa pequena? - perguntei-lhe sabendo que ela não ia responder e continuei a abaná-la ao meu colo. Olhei para Steven - Acho que já não sou a única com um mau pressentimento. - admiti dando o beijo na cabeça pouco cabeluda da bebé.