Tower Bridge

Encolhi os ombros dizendo que não havia problema e espreitei o rapaz que estava a andar a um passo de caracol.
-Se quiseres posso ir dar-lhe um murros - disse um bocado irritado pela forma como nos tinha olhado, mas mais pela forma como tinha olhado Madeleine. Levei as mãos ao ar - sou completamente pacifico, mas ele irritou-me - admiti fazendo-a levantar-se e começando a andar de novo.

Encolhi os ombros dizendo que não havia problema e espreitei o rapaz que estava a andar a um passo de caracol.
-Não é preciso. E desculpa lá...por aquilo do... namorado - baixei o olhar com uma ponta de nervosismo, senti-me a corar levemente. Levantei-me começando a andar juntamente ao lado dele. Olhei para ele verificando que ele tinha uma coisa verde na cara, avisei-o, aproximei-me dele e tirei-a - Pronto já está.- informei esboçando um sorriso.

Ri-me olhando-a a levantar-se.
-Não há problema - informei, eu até gostei, acrescentei mentalmente e senti-a a tocar na minha cara, olhei-a com uma sobrancelha erguida e acabei por rir.- Estás a corar magricelas - piquei-a com um sorriso.

-Estou nada!-empurrei-o lentamente e soltei uma gargalhada. - És um tolo!- abanei de forma negativa a cabeça e fitei-o sorrindo.

-Pelo menos aqui o tolo põe uma antipática magricela a rir-se. - Ri-me dando-lhe dando-lhe uma pancadinha nas costas. -Ainda não me levaste a conhecer isto tudo. - Alertei-a - Se um dia me perder a culpa é tua - avisei rindo-me.

Ohh...queres um beijinho é? - soltei uma gargalhada brincando com ele. -Pois não... queres que te apresente primeiro o q? - olhei para ele e sorri. Oh Bolas estava a ficar mesmo simpática.

Fiz uma cara chocada por ela se estar a rir.
-Já que me usaste o minimo que posso merecer é isso - ri-me e abanei a cabeça. - Não sei, leva-me ao lugar onde gostas mais de estar - pedi-lhe pressionando os meus lábios um no outro.

-Agrr, anda cá então - dei-lhe um beijo suave na bochecha - contente? -soltei uma gargalhada. Pensei um bom bocado, comecei a andar em direcção ao teatro.
Durante a viagem falamos de coisas banais o que me fez acreditar que ele me fazia mais simpática.

Estremeci quando o senti pegar na minha mão. Olhei para elas juntas e sorri, apertando-a. Caminhámos em direção à Tower Bridge, vendo mais coisas durante o caminho. Por fim, chegámos e dei conta que aquilo tinha o dobro do tamanho do Big Ben.
- Uau! - exclamei quando estávamos à entrada da torre.
Olhei para as nossas mãos ainda juntas e puxei por ele para dentro da torre. Subimos até ao último andar e admirámos a vista.

Entrámos na torre e subimos até ao cimo. As nossas mãos tinham continuado juntas o caminho todo. Dali de cima podíamos ver grande parte de Londres. Era uma vista magnifica - Acho que gosto cada vez mais de Londres.

E eu gosto cada vez mais de ti, pensei pra mim. - Eu também. - acabei por dizer.
Larguei-lhe a mão e comecei a caminhar até à extremidade da torre, ficando muito perto daquele abismo. Comecei a observar o rio, estava calmo.
- Porquê que quando estou contigo tudo se torna mais simples? - pronunciei, virando-me pra ele. Até agora estava de costas e ele continuava no mesmo sítio, apenas a observar-me.

Não sabia porquê que não conseguia reagir. Parecia que vivera a vida toda distante das pessoas e agora tinha Zoe tão perto de mim que ... Ainda não encontrei palavra para o descrever. Só podia dizer que gostava, mas do que devia... Fiquei a observá-la na extremidade da torre. O vento passava e parecia carregado de múrmúrios. Aproximei-me - Faço a mesma pergunta a mim mesmo.

Virei-me novamente de costas pra ele. - Não estou habituada a isto, a sentir-me assim... - fechei os olhos e inspirei e expirei. - O quê que se está a passar? - a pergunta não era bem dirigida a ele, mas esperei que ele tivesse uma resposta.

Senti-me de repente perdido em memórias do passado que julgava enterradas. Sentia-me de novo feliz, como era isso possivél?
- Não tenho bem a certeza... - Suspirei e virei costas, para que ela não pudesse perceber tão bem que eu tremia de nervosismo.

Movimentei-me até ele e deparei-me com ele de costas. Puxei-lhe pelo braço para que se virasse pra mim e abracei-o fortemente, apertando-o contra mim. Fechei os olhos e enterrei a cabeça no seu peito.

Rodei-a com os meus braços, aceitando o abraço. Agora tinha a certeza absoluta que havia sentimentos em mim que nunca tinha sentido antes - Zoe...

Senti os seus braços apertarem-me também e sorri, feliz.
- Sim? - olhei para ele, fixando-me nos seus olhos.

- Estou feliz por estar aqui contigo - Admiti quando os nossos olhares se cruzaram. Senti-me a corar timidamente e sorri, esperando que não se notasse muito.

Segurei-lhe no rosto com a mão - Eu também. - sorri e continuei com o meu olhar fixo no dele.
Naquele momento, só me apetecia fugir com ele para um lugar onde não estivesse ninguém, contar-lhe tudo o que estava a sentir...

O momento parecia estar perto de se tornar estranh. Mas nem eu nem Zoe pareciamos aperceber-nos de tal coisa. Não conseguia desviar a minha atenção dos seus olhos castanhos, quando mirava os seus lábios havia um milhão de coisas que me passavam pela cabeça. Não sabia o que estava a sentir, nem porquê. - Está a fazer-se tarde... - Comecei por dizer, não desviando olhar - Talvez seja melhor ir andando.

O olhar dele continuava fixo no meu e o meu no dele.
- Sim. - continuei a olhá-lo - Vamos andando, eu deixo-te no Hard Rock e depois volto para a universidade. - peguei na mão dele e olhei para ele, sorrindo.

- Vamos lá, pode ser que ainda te convença a ficares lá - Elaborei um sorriso divertido. Senti a sua mão novamente na minha e começamos a caminhar. O meu sorriso prolongou-se durante todo o caminho.

Dirigimo-nos à tower bridge e senti-me um pouco nervosa, visto que não estava lá desde aquele momento estúpido de gravidez que decidi fugir.
-Não és muito de sair, pois não? - perguntei, reparando no seu olhar baixo quando passava gente

Olhei para ela de lado.
-Sou, só não gosto de muitas pessoas à minha volta. - respondi. Para além de sentir-me sempre à alerta visto que podia ir contra um policia que me reconhecesse, não gostava que as pessoas estivesem à minha volta, era como se me sufocassem.

Puxei-o para o braço até um sítio mais vazio perto dos elevadores da ponte, truques de quando era uma adolescente em sofrimento... bem, tecnicamente, ainda estava mais ou menos assim.
-Então anda para outro sitio! - sussurrei - Qual é o problema das pessoas?